Após a vitória histórica na categoria Classic Physique no Mr. Olympia, o brasileiro Ramon Dino concedeu entrevista coletiva na tarde da última quinta-feira, 16, no município paulista de São Caetano do Sul, bem menos extasiado do que nas horas que antecederam a enérgica viagem e carreata pelas ruas de São Paulo.
Esbanjando tranquilidade, o atleta conversou com o SportBuzz e outros colegas de imprensa ao lado do treinador Fabrício Pacholok, a quem atribuiu a ausência de nervosismo, calmaria e sanidade que garantiu a conquista inédita. Entre os agradecimentos, listou também o parceiro de treino Marcello De Angelis, conhecido como Horse, e o treinador de poses André Pajé, revelando que ligou para o amigo momentos antes de subir no palco da competição internacional.
Sobre a pressão de ser um representante nacional, Dino afirmou que já se preocupou muito mais com as críticas do que hoje: “Quando você começa a estar com as pessoas que realmente sabem o que estão fazendo, que podem te levar pro topo, você começa a se preocupar mais com seu trabalho e se dedicar mais a si mesmo”.
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Se engana quem acredita que o título máximo foi suficiente: o acreano deixou claro que quer ser campeão do Olympia “mais cinco vezes” e, só daí, competir na categoria Open, que visa maior volume dos participantes. A motivação também tem a ver com o carinho do povo tupiniquim; Ramon ofereceu a medalha para os membros da imprensa no local, justificando que “também são brasileiros”.
Pacholok se surpreendeu com a recepção, mesmo já tendo treinado outros brasileiros premiados: “Pra mim, é como estar à frente da Seleção Brasileira. […] A repercussão está sendo maior do que eu imaginava. A recepção no aeroporto foi maior do que eu esperava. Achei que faria algumas entrevistas, não uma coletiva“.

Conexões familiares e divinas de Ramon Dino
A espiritualidade também contribuiu com a calmaria do campeão: “Quero que vejam Deus em mim quando subo no palco”. A postura mais cuidadosa refletiu nos acertos, enfatizando que auxiliou na execução das poses, preparo da divisão de treinos e, principalmente, a ausência da família, questão que Ramon deixou claro que não quer repetir nas próximas preparações.
Já em contato com os familiares do estado natal, comentou sobre a possibilidade de receber uma estátua no Acre, manifestando gratidão: “Seja o que Deus quiser. Eu me sentiria muito honrado“, confirmou. Nos próximos dias, fará uma bateria de eventos, entrevistas e logo retomará a rotina desafiadora de atleta.