O Brasil brilhou no último final de semana com o Mundial de Ginástica Rítmica em mais de uma forma. Além de receber o evento, o time nacional conquistou duas medalhas de prata inéditas, com direito à icônica “Evidências” como pano de fundo musical.
Duda Arakaki, Nicole Pircio, Sofia Madeira, Mariana Gonçalves e Maria Paula Caminha mostraram a que vieram na final da série mista para somarem 28.550 pontos e levarem a medalha no domingo, 24, após terem faturado a honraria na categoria de conjunto.
Dos sofás das nossas salas, é glorioso poder desfrutar do talento nacional no esporte. Mas pouco se pensa sobre como essa força é construída até o pódio. É verdade, a ginástica cresceu no Brasil ao longo dos últimos anos. Contudo, o caminho até a glória poderia ser menos sinuoso.
A edição atual foi apenas a primeira da história recebida em solo tupiniquim. Felizmente, de forma direta, foram destinados R$ 2,06 milhões do Ministério do Esporte à competição global. Do montante, R$ 570 mil foram utilizados para estruturar os treinamentos das seleções.
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Brasil na Ginástica Rítmica e no esporte: o que falta?
Ainda assim, Fabiana Bentes, criadora do primeiro PIB relacionado ao mundo esportivo, falou à CNN sobre como os investimentos poderiam ser mais bem distribuídos. “Eu acho que a gente tem já que falar do esporte em termos econômicos, mas ainda falta transparência no segmento e ainda falta uma, digamos, qualidade do investimento no esporte”, cravou.
“Hoje, o esporte, ele tem o seu lugar. O seu papel de protagonista nesse ambiente de desenvolvimento econômico e social do país, e que precisa ser levado a sério. A gente tem, até hoje, o esporte um pouco marginalizado nas políticas públicas, nos processos decisórios e na estratégia de desenvolvimento do país”, completou a presidente da “Sou do Esporte”.
Não é de hoje que o Brasil faz milagre com os seus atletas. O esporte, por muito tempo, serviu somente como forma de colocar comida à mesa de famílias brasileiras às custas de jovens que carregavam a responsabilidade e a pressão pela performance. A excelência, frequentemente, vinha do desespero pelo sustento.
A última década no país vem demonstrando que isso pode mudar. O recebimento da Copa de 2014, da Rio 2016, do próprio Mundial de Ginástica Rítmica pela primeira vez em 2025, indica o interesse do setor público em ressignificar o papel do esporte.
As ginastas brasileiras fizeram história, mas seria importante oferecer mais do que o concreto da dura realidade para que ela e outros esportistas pudessem florescer. Ainda bem que possível vislumbrar o solo fértil no horizonte.





