Em 2018, ainda muito novo e após conquistar a sua primeira moto, André Cintra sofreu um acidente e teve que amputar um pouco acima do joelho da perna direita.
Já praticante de esportes desde criança, ele não desanimou e viu uma nova oportunidade para continuar fazendo as mesmas atividades que gostava e ainda se aventurar em modalidades que não conhecia.
Snowboarder e praticante de esportes radicais, em uma entrevista exclusiva para o SportBuzz, André contou sobre a sua história no esporte, a descoberta do amor pelo snowboard e também como inspira milhares de pessoas a continuarem.
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NASCE UM ATLETA OLÍMPICO
Hoje, empresário e atleta, André conta que apesar de sempre estar conectado com o esporte, andando de skate e praticando os demais esportes radicais, nunca passou pela sua cabeça se tornar um atleta olímpico.
“Eu sempre gostei de praticar esporte, mas eu nunca tinha pensado em me tornar atleta, até quando realmente surgiu a oportunidade do Cômite Paralímpico Brasileiro me convidar para tentar fazer o trabalho pelo Brasil, mas nunca tinha pensado em ser atleta profissional e um dia chegar em uma Olimpíada, disse.
“Se aquele dia que eu sofri o acidente, me vi em uma maca de hospital, se naquele dia alguém tivesse me falado que um dia eu ia chegar em uma paraolimpíadas pelo Brasil eu jamais teria acreditado”, completou.
A FORÇA NA RECUPERAÇÃO
Por ter sofrido o acidente ainda muito jovem, a adaptação e aceitação passam por diferentes estágios. Para André, esse percurso não foi nada fácil, mas a chave para seguir em frente é trabalhar a mente.
“É um processo difícil, não é um processo fácil e acho que tem várias coisas diferentes. Tem a questão física, óbvio, a protetisação, toda essa parte, mas também tem uma questão importante que é a questão emocional e principalmente a questão mental. Como que a gente lida mentalmente com esse tipo de situação”, falou
OS TREINOS NA PANDEMIA
Por conta da pandemia de coronavírus, muitos atletas tiveram que adaptar seus treinos para dentro de casa.
No entanto, no caso do André, que pratica um esporte na neve, é muito difícil encontrar algum espaço no Brasil que suporte o treinamento desta modalidade, e ainda dentro de uma pandemia se tornou praticamente impossível.
Para isso, ele conta que teve que se virar como pôde e assim que viu a reabertura de algumas atividades, logo voltou para a sua rotina, mesmo que ainda restrita.
“As primeiras semanas e até o primeiro e segundo mês, eles foram super difíceis porque tudo tinha fechado, então a gente não podia viajar, não podia ir para outro país, as academias estavam fechadas, então nas primeiras semanas eu acabei ficando sem fazer muita coisa, mas depois devagarzinho fui adaptando meus treinos para dentro de casa e assim que as coisas começaram a abrir eu comecei a praticar os esportes outdoor”, contou.
Com o início do retorno das atividades, André passou a velejar, correr e praticar os esportes que ele já estava acostumado, mas ainda assim com uma frequência menor por conta de o deslocamento ainda estar restrito.
AS PRÓTESES E O SNOWBOARD
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Depois de ter sofrido o acidente, André teve a iniciativa de construir suas próprias próteses para os diferentes esportes que gostava de praticar.
“Depois que eu comecei a construir minhas próprias próteses e aí vi que construindo as próteses eu conseguia fazer os esportes que eu queria, mesmo sendo esportes radicais, mesmo sendo esportes de água, então isso foi mudando realmente meu posicionamento sobre o problema”, analisa.
Durante uma viagem para os Estados Unidos, André ficou sabendo de uma prótese desenvolvida por um snowboarder que tinha acabado de chegar da guerra pelo exército e teve que amputar a perna.
Como também gostava de esportes, ele desenvolveu uma prótese específica para a neve, que logo chamou a atenção do iniciante no snowboard.
“A prótese enviada pelo Correio mudou a minha vida porque eu já tinha desejo de fazer o snowboard, mas eu não tinha uma prótese específica então eu tentei fazer o snowboard com uma prótese que eu já tinha e foi um fracasso, acabei caindo e me frustando”.
“Eu liguei para a empresa, pedi para eles me enviarem a prótese e a menina deu risada e falou ‘nossa cara, você é maluco, ninguém compra uma prótese pelo Correio’, mas foi muito engraçado porque essa decisão mudou a minha vida”, conta.
O FRIOZINHO NA BARRIGA
Comecando em uma modalidade nova, que nunca tinha sido praticada e logo estar em uma competição com os melhores nomes do esporte deixa qualquer um nervoso.
É nesse momento que as famosas ‘borboletas na barriga’ chegam para mostrar que você está no caminho certo e te colocam ainda mais para frente, assim como acontece com André desde sua primeira competição.
“Na verdade o frio na barriga ele é contínuo, acho que não teve uma vez que eu competi que eu não tive frio na barriga. Acho que as borboletas na barriga elas sempre aparecem antes de uma competição e é muito legal também porque é esse tipo de sensação que as vezes a gente carrega para uma competição que faz com que a gente sinta que cada competição ela é especial, ela é única, ela é diferente”.
“Eu sempre me surpreendo. As vezes eu acho que vou chegar na competição e falar ‘não, eu já estou super acostumado, já competi muitas vezes, agora está tudo certo’ e aí quando chega lá que eu percebo que lá vem de novo as borboletas pela barriga”.
ANDRÉ COMO INSPIRAÇÃO
Justamente por essa força de vontade e foco em não desistir que André serve de inspiração para diversas pessoas, que estejam com próteses ou não, a acreditarem em seus objetivos e seguirem em frente.
Mesmo uma história inspiradora, a intenção do atleta nunca foi se tornar uma referência de forma proposital, mas acabou acontecendo e ele fica feliz por isso.
“Isso nunca foi meu objetivo, nunca pensei que alguém pudesse se inspirar, mas isso acabou acontecendo até por uma questão natural mesmo, por eu ter passado por esse tipo de problema antes das pessoas e acabei sendo um pouco de referência por conta disso, acabei passando por esse tipo de problema muito cedo, muito jovem e as pessoas que estão passando por esse problema agora acabam procurando referências e acabam encontrando um pouco do que eu fiz e me procurando para que eu possa ajudá-los na parte de próteses”, ressalta.
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