Dois juízes de boxe foram afastados em meio a investigações de corrupção durante a Olimpíada de Paris. Conforme relatado pelo jornal britânico The Times, ambos os árbitros oriundos do Cazaquistão, supervisionaram mais de cinquenta lutas antes de serem afastados. Entre eles, Yermek Suiyenish, que arbitrou a luta semifinal da brasileira Bia Ferreira.
A brasileira Bia Ferreira, que conquistou a medalha de bronze, foi derrotada nas semifinais pela irlandesa Kellie Harrington. O afastamento dos árbitros levanta questões sobre a integridade das disputas e influencia diretamente na reputação das competições olímpicas.
De acordo com o The Times, Yermek Suiyenish e Alisher Altayev foram afastados no dia 4 de agosto. Eles arbitraram 25 e 21 lutas, respectivamente, na Olimpíada de Paris. O relatório apontou que Altayev apresentava um “alto risco” de envolvimento em corrupção, enquanto Suiyenish era classificado como “risco médio”.
🚨 CORRUPÇÃO NO BOXE?
Juiz que apitou a derrota da brasileira Bia Ferreira na semifinal do boxe em Paris é afastado por suspeita de corrupção!
Dois juízes do boxe foram afastados, um deles é o árbitro da derrota da Bia na semifinal contra a Irlandesa Kellie Harrington! pic.twitter.com/qzBxpwNBKW
— Esportelândia 🏅 (@esportelandia) August 16, 2024
Quais são os impactos das investigações?
As suspeitas de corrupção não se limitam aos dois árbitros já mencionados. Outras nove investigações estão em andamento, sugerindo a possibilidade de um esquema mais amplo. O Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Federação Internacional de Boxe ainda não se manifestaram publicamente sobre o caso. A falta de declarações oficiais gera ainda mais incertezas e especulações sobre a extensão da corrupção.
Além da brasileira Bia Ferreira, outros atletas também foram afetados pelas decisões arbitrais. A italiana Irma Testa, que ganhou bronze em Tóquio, criticou o julgamento após sua derrota para a chinesa Xu Zichun.
A questão da transparência em competições esportivas é fundamental. Quando há suspeitas de corrupção, como no caso de Yermek Suiyenish e Alisher Altayev, a confiança do público nas competições é abalada. O relatório de riscos enviado ao COI antes das competições levanta dúvidas sobre os critérios utilizados na seleção dos árbitros.
Para se ter uma ideia da gravidade da situação, os oficiais afastados tinham influenciado diretamente dezenas de lutas. Isso coloca em perspectiva a extensão do possível impacto das decisões judiciais enviesadas ou corruptas.
A repercussão internacional desse escândalo é significativa. Além da mídia britânica, veículos italianos como o Corriere della Sera também destacaram o afastamento dos árbitros. A cobertura midiática aumenta a pressão para uma resolução rápida e transparente do caso.
O que vem a seguir para o boxe olímpico?
Com a investigação em curso, espera-se que medidas mais rígidas sejam implementadas para evitar futuras corrupções. Embora o COI e a Federação Internacional de Boxe ainda não tenham emitido declarações, a pressão por respostas pode forçá-los a agir.
A credibilidade e integridade do boxe olímpico estão em jogo. A comunidade esportiva aguarda ansiosamente por esclarecimentos e reformas substanciais para restaurar a confiança nas competições. Entre os próximos passos esperados estão as manifestações oficiais dos órgãos competentes e possíveis revisões das decisões arbitrais.