O Harlem Globetrotters marcou presença em São Paulo no último final de semana. Com acrobacias, bom humor, interação com o público e um basquete diferenciado, o grupo movimentou o Ginásio do Ibirapuera após dez anos sem visitar o país sul-americano.
A equipe surgiu historicamente como forma de rebater o racismo norte-americano na modalidade. Fundado em 1926, ao sul de Chicago, os Globetrotters não só teriam exercido influência na integração racial, mas, também, na reformulação do esporte com foco no ‘showbiz’.
Inclusive, o ‘Harlem’ no nome foi escolhido devido ao bairro de Nova York, marcado pela rica presença cultural da população negra. Nat Clifton, um dos membros do time, foi o primeiro afrodescendente a assinar um contrato com ‘a maior liga de basquete do mundo’, o que representou um divisor de águas determinante nos EUA.
É possível estabelecer uma conexão entre a performance impressionante dos Globetrotters ao nascimento da NBA como liga unificada. Em 1940, eles conquistaram o primeiro campeonato mundial ao vencerem o Chicago Bruins. Por dois anos consecutivos, em 1948 e 1949, surpreenderam o universo do basquete quando bateram o campeão Minneapolis Lakers.
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Harlem Globetrotters na NBA?
Há poucos anos, em 2021, a equipe havia oficializado o pedido para ser uma franquia oficial da liga. A argumentação foi justamente pelo time ter servido como base para o que a organização representa hoje no basquete global.
“Com base no que já provamos, podemos colocar em campo uma equipe de talentos no mesmo nível dos profissionais de hoje, e queremos a chance de fazer isso. Como uma equipe de basquete profissional lendária e renomada mundialmente, apresentamos uma petição ao Comissário Adam Silver, aos governadores da NBA e aos poderes para conceder aos The Original Harlem Globetrotters uma franquia da NBA. Agora não, mas agora mesmo!”, tinha escrito Jeff Munn, gerente geral do Harlem Globetrotters, à época.