O Houston Rockets deixou claro nesta offseason que está em modo “win now”. A franquia da NBA trocou por Kevin Durant, futuro Hall da Fama que completa 37 anos em setembro, e reforçou o elenco com o ala Dorian Finney-Smith (32 anos) e o pivô Clint Capela (31 anos). “Não somos mais um time de desenvolvimento”, declarou o gerente-geral (GM) Rafael Stone em sua primeira entrevista coletiva desde a negociação por Durant.
A mudança de postura foi formalizada nesta segunda-feira (8), mas já vinha sendo sentida no time. Os Rockets venceram 52 jogos e terminaram como número 2 do Oeste na temporada passada. Ainda assim, Stone admitiu que essa virada de chave não foi tão antiga.
“Essa mudança provavelmente aconteceu há um ou dois anos”, disse ele. Em dezembro passado, no entanto, o discurso era diferente: “Queremos continuar desenvolvendo nossos caras, ponto final”, afirmou na época em entrevista à SiriusXM NBA Radio.
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Segundo Stone, isso não significa que o planejamento saiu dos trilhos. A estratégia foi esperar até o fim da temporada para avaliar o elenco antes de grandes movimentos — e, para ele, o preço pago por Durant valeu a pena.
“Ele é o Kevin Durant”, brincou Stone. “Acho ele realmente bom, super eficiente, teve uma ótima temporada no ano passado. Obviamente ele não tem mais 30 anos, mas não caiu de nível.”
Stone destacou que a expectativa é que Durant eleve o nível ofensivo dos Rockets e também contribua defensivamente. “Esperamos que ele nos torne um time ofensivamente melhor, ao mesmo tempo em que é mais um ala muito longo e muito capaz na defesa. Queremos que ele seja o jogador que tem sido por quase duas décadas.”
Na última temporada com o Phoenix Suns, Durant teve médias de 26,6 pontos (com 64,2% de true shooting), 6,0 rebotes, 4,2 assistências e 2,0 stocks em 36,5 minutos por jogo. Em Houston, a esperança é que ele seja o motor ofensivo necessário, com companheiros capazes de dividir a carga defensiva. “Gostamos do encaixe”, disse Stone. “Acreditamos que funciona bem. Achamos que ele vai somar ao time e que também vamos ajudá-lo.”
Profundidade e ajustes no elenco após aquisição de Kevin Durant
Stone elogiou a profundidade do elenco, reforçada pelo fato de Houston ter mantido boa parte do núcleo mesmo após a troca por Durant. Ele também revelou que o técnico Ime Udoka, que trabalhou com KD no Brooklyn Nets, apoiou a negociação — mas negou qualquer pressão para que ela acontecesse a qualquer custo.
“Organizacionalmente, só fazemos coisas quando faz sentido para todos”, explicou. “Ele [Udoka] foi defensor da ideia, mas apenas desse jeito. Em nenhum momento houve pressão para algo assim. Achávamos que já seríamos um time muito bom de qualquer forma, e quando o negócio surgiu dessa forma, todos nós quisemos fazer.”
Stone ainda comentou sobre as peças envolvidas na troca. Ele admitiu o valor que os Rockets davam a Jalen Green e Dillon Brooks, que foram para os Suns. Sobre Cam Whitmore, enviado para o Washington Wizards por duas escolhas de segunda rodada, o GM foi transparente: “Ele é absurdamente talentoso, mas não estávamos numa posição de deixá-lo aprender com erros aqui. Queremos dar a ele uma oportunidade para se desenvolver.”
Kevin Durant (@KDTrey5) will wear No. 7 for the #Rockets. Number last worn by Cam Whitmore in 2025. #NBA pic.twitter.com/tv2vRj5qkK
— Etienne Catalan (@EtienneCatalan) July 7, 2025
A contratação de Finney-Smith, cujo contrato tem apenas dois anos garantidos, foi estratégica para substituir a defesa e a intensidade que Brooks oferecia. Já a chegada de Capela — celebrada pelo front office — ajuda a manter a identidade de jogar com dois pivôs.
“Adoramos a formação com dois grandões quando a descobrimos no ano passado”, disse Stone. “Foi muito efetiva para nós. Além disso, o Clint nos dá algo que não tínhamos: um pivô que se move melhor no perímetro e serve como ameaça no pick-and-roll. Por fim, achamos que profundidade é super importante. Queremos evitar quedas grandes durante a temporada.”
Apesar da eliminação em sete jogos para o Golden State Warriors na primeira rodada dos playoffs, Stone considera que o Rockets foi um “segundo colocado muito legítimo” com chances reais de brigar pelo título. “Nosso objetivo agora é, definitivamente, ganhar um campeonato”, finalizou Stone.