O comissário da NBA, Adam Silver, anunciou, em Paris, os planos da entidade para explorar a criação de uma liga de basquete na Europa. Durante o evento, que também celebrou a ascensão do francês Victor Wembanyama como nova estrela europeia da modalidade, Silver destacou a intenção de expandir a presença da NBA no continente. A iniciativa busca não apenas revelar novos talentos, mas também explorar o potencial comercial da região.
Segundo a ESPN, o projeto surge da percepção de que a Euroleague, principal campeonato europeu de basquete fundado em 1958, não tem aproveitado plenamente o mercado do esporte no continente. Apesar da Europa produzir alguns dos maiores talentos da NBA, como Nikola Jokić e Giannis Antetokounmpo, o crescimento comercial da modalidade não acompanhou a qualidade técnica apresentada nas quadras.
“Embora a Europa continue a desenvolver alguns dos melhores jogadores do mundo – muitos dos nossos MVPs mais recentes, é claro, são europeus – achamos que a oportunidade comercial não acompanhou o crescimento do jogo”, afirmou Adam Silver.
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— NBA (@NBA) January 23, 2025
Europa: celeiro de talentos na NBA
O pivô sérvio Nikola Jokić, atual MVP da NBA e em busca do quarto prêmio de melhor jogador da temporada regular, é um dos exemplos do sucesso europeu na liga. Antes dele, Giannis Antetokounmpo, ala-pivô grego, conquistou o título por dois anos consecutivos (2018/19 e 2019/20). Essa sucessão de MVPs europeus reforça a visão de Silver sobre o alto nível técnico da região.
“O que fazemos na NBA é administrar ligas. Operamos cinco ligas diferentes e achamos que essa é uma competência que temos. Estamos analisando de perto se há uma oportunidade de profissionalizar o basquete aqui, elevando o jogo a um novo patamar e criando uma oportunidade comercial maior”, explicou o comissário.
Experiência da NBA e os desafios do projeto europeu
A NBA já possui experiência em operar ligas internacionais, como a Basketball Africa League e a G-League, além de iniciativas como a WNBA e a liga de eSports NBA 2K. A proposta de criar uma liga europeia tem como objetivo aumentar a profissionalização do basquete no Velho Continente, ao mesmo tempo em que busca ampliar os acordos comerciais e atrair novos parceiros.
Apesar do otimismo, o projeto enfrenta desafios significativos. Convencer os 30 proprietários das equipes da NBA, que têm expressado dúvidas sobre a viabilidade do plano, será uma tarefa crucial. Outras ligas operadas pela NBA nem sempre geraram lucros consistentes, mas há expectativa de que uma liga europeia possa gerar receitas expressivas com direitos de mídia e taxas de expansão.
Estratégia para o Velho Continente
Executivos da NBA estão em Paris para reuniões estratégicas com potenciais parceiros de mídia, patrocinadores e equipes. Há também a possibilidade de envolver grandes clubes de futebol europeus na criação de times de basquete, fortalecendo a estrutura e atraindo um público diversificado.
“As reuniões com possíveis parceiros têm sido muito positivas”, revelou Silver. Ele reforçou que o objetivo da nova liga não é competir com organizações já estabelecidas, como a Euroleague, mas aproveitar o potencial comercial inexplorado do basquete europeu.