Oscar Schmidt é um nome que se destaca na história do basquete mundial. Conhecido como “Mão Santa”, o ex-ala brasileiro é o segundo maior pontuador da história do esporte, atrás apenas de LeBron James, com uma carreira repleta de recordes e feitos inigualáveis. No entanto, apesar de todo o seu talento, Oscar nunca disputou uma partida na NBA, a liga de basquete mais prestigiada do mundo. Isso, porém, não foi por falta de oportunidade.
Em 1984, no mesmo draft que revelou grandes nomes como Michael Jordan, Hakeem Olajuwon e Charles Barkley, Oscar foi selecionado pelo New Jersey Nets (hoje Brooklyn Nets) na sexta rodada, como a 131ª escolha. Ainda assim, o brasileiro decidiu trilhar um caminho diferente, priorizando sua carreira pela seleção brasileira – uma escolha que se tornaria emblemática em sua trajetória.
NBA de 1984: um draft memorável
O draft de 1984 é considerado um dos mais icônicos da história da NBA. Na época, o formato incluía 10 rodadas, e muitos jogadores selecionados não chegavam a atuar na liga. Além disso, a NBA ainda era bastante fechada para atletas estrangeiros, mas Oscar chamou a atenção ao se destacar no Caserta, da Itália, onde era o cestinha da liga italiana.
Escolhido na sexta rodada, Oscar não tinha a garantia de um contrato sólido, o que significava que ele poderia ser dispensado a qualquer momento, sem compensação financeira. Além disso, como escolha de rodada baixa, a chance de se firmar como titular era mínima. “Me ofereceram um ‘no cut contract’. Eu recusei e falei: a NBA não chega aos pés da minha Seleção Brasileira. Eu ia arrebentar na NBA. Eles não sabem o que perderam”, afirmou Oscar, refletindo sobre a decisão que mudaria o rumo de sua carreira.
O amor de Oscar pela seleção brasileira
A principal razão pela qual Oscar rejeitou a NBA foi seu profundo amor pela seleção brasileira. Na década de 1980, as regras da FIBA, entidade que regula o basquete internacional, impediam que jogadores da NBA atuassem em competições internacionais, como as Olimpíadas. Aceitar o convite para jogar na NBA significaria abrir mão de representar o Brasil, algo que Oscar não estava disposto a fazer. “Merecia jogar na NBA? Não! Merecia jogar onde eu joguei: a seleção brasileira. Isso não tem preço”, declarou ele em entrevista ao Olympics.com.
Oscar foi peça-chave em momentos históricos da seleção, incluindo a vitória sobre os Estados Unidos no Pan-Americano de 1987, onde marcou impressionantes 46 pontos. Sua lealdade à seleção brasileira foi inquestionável, e mesmo após a mudança nas regras da FIBA, que permitiram a participação de jogadores da NBA em competições internacionais, ele continuou a recusar convites da liga norte-americana.
Reconhecimento global, apesar de nunca ter jogado na NBA
Mesmo sem jogar na NBA, Oscar Schmidt conquistou reconhecimento global. Em 2013, foi introduzido ao Hall da Fama do Basquete nos Estados Unidos, um dos maiores marcos para qualquer atleta da modalidade. E, em 2017, foi homenageado durante o All-Star Weekend da NBA, onde recebeu aplausos de fãs e jogadores como uma verdadeira lenda do esporte.
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Hoje, Oscar é lembrado não apenas por suas habilidades em quadra, mas também por sua lealdade à seleção brasileira. “Faria tudo de novo, a mesma coisa. Me draftaram no 6º round, escolha 138. Eu sei jogar basquete, cara”, comentou, refletindo sobre sua decisão de nunca atuar na NBA.
Com essa escolha, Oscar Schmidt não apenas consolidou sua carreira no Brasil, mas também se tornou uma referência no basquete internacional, inspirando gerações e provando que o amor pela pátria pode superar até mesmo os maiores palcos do esporte mundial.
