Em 1976, o filme que seria o grande impulso da carreira de Sylvester Stallone dominou os cinemas norte-americanos: ‘Rocky, um Lutador‘. Dirigido por John G. Avildsen e roteirizado pelo próprio Stallone — que interpreta o personagem principal, Rocky Balboa —, o filme foi um grande expoente no subgênero esportivo de cinema.
No filme, acompanhamos quando “Rocky Balboa, um pequeno boxeador da classe trabalhadora da Filadélfia, é arbitrariamente escolhido para lutar contra o campeão dos pesos pesados, Apollo Creed, quando o adversário do invicto lutador agendado para a luta é ferido. Durante o treinamento com o mal-humorado Mickey Goldmill, Rocky timidamente começa um relacionamento com Adrian, a invisível irmã de Paulie, seu amigo empacotador de carne.”
Logo na época de seu lançamento, ‘Rocky’ se provou um verdadeiro sucesso cinematográfico. Produzido com um orçamento de pouco mais de US$ 1 milhão, faturou mais de US$ 225 milhões em bilheteria global. Além disso, também foi indicado em 9 categorias do Oscar 1977, e venceu em três — incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor.
Dessa forma, o longa-metragem — que acabaria por originar uma série de filmes do mesmo universo, que atualmente conta com 9 volumes, incluindo a trilogia mais recente, ‘Creed‘ — não só salvou Stallone de uma situação financeira bastante sensível, como também o levou ao estrelato. Por isso, ele considera Rocky o maior acerto de sua vida.
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Porém, o que nem todos sabem é que o personagem Rocky, criado pelo próprio Stallone, é parcialmente inspirado em um lutador de boxe real. Confira abaixo!
Inspiração
Originalmente, a inspiração para a história de Rocky surgiu depois de Stallone assistir a uma luta do lendário pugilista Muhammad Ali, considerado um dos melhores nomes da história do esporte. O roteiro foi escrito em apenas quatro dias, vale mencionar.
No entanto, a inspiração para Rocky Balboa não veio da lenda do esporte, mas sim de seu adversário: Chuck Wepner. Ao todo, em 51 lutas, teve 35 vitórias (17 delas por nocaute), 14 derrotas e dois empates, explica a ESPN.
Entre os adversários mais notórios que Wepner enfrentou, além do próprio Ali, estão: George Foreman e Sonny Liston, embora tenha perdido para ambos. Porém, ao longo do tempo conquistou um apelido que dizia muito sobre suas lutas: ‘The Bleeder‘ (‘O Sangrador’, em português), graças ao tanto que sangrava no ringue e os cortes no rosto.
Em 1975, aos 36 anos, enquanto vivia uma aparente boa fase, em uma sequência de oito vitórias consecutivas, Chuck Wepner decidiu apostar alto. Foi, então, que desafiou ninguém mais ninguém menos que o grande campeão mundial dos pesos pesados, Muhammad Ali.
A luta
A luta que acabaria por transformar a vida de Chuck Wepner e de Stallone para sempre aconteceu no fatídico dia 24 de março de 1975, no Richfield Coliseum, na cidade de Richfield, em Ohio.
Na época, Muhammad Ali detinha o cinturão do Conselho Mundial e da Associação Mundial de boxe. Como resultado, todos apostavam em sua vitória.
O resultado foi previsível: a 42ª vitória da carreira de Muhammad Ali. No entanto, definitivamente, não foi uma derrota rápida, e “The Bleeder” fez jus a seu apelido.
Isso porque sua derrota só veio após apanhar por quase 15 rounds, sendo nocauteado somente 19 segundos antes do fim da luta. Vale mencionar que Wepner chegou a derrubar Ali no nono round — depois que o campeão pisou sem querer em seu pé.
Embora a vitória de Ali tenha sido bastante previsível, foi esse longo, intenso e impressionante combate que inspirou Stallone, que o assistia da arquibancada, a escrever a história de Rocky Balboa.
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Por mais que o ator negasse que Chuck Wepner fosse a inspiração para Rocky, o pugilista o processou, e eventualmente um acordo acabou feito.
Porém, é inegável que a emblemática frase de Rocky Balboa, “a questão não é o quão forte você bate, mas sim o quanto você aguenta apanhar e continuar seguindo em frente“, pode descrever a carreira de Chuck Wepner “The Bleeder”.
*Matéria originalmente publicada em Aventuras na História.
