Nesta quarta-feira, 25, a judoca brasileira Rafaela Silva perdeu sua medalha de ouro conquistada no Pan-Americano de Lima, no Peru, após ser pega no antidoping. Na última semana, a atleta foi testada pela substância proibida fenoterol, um broncodilatador presente em remédios para doenças respiratórias e usado para tratamento de doenças respiratórias, como bronquite e asma.
As informações foram confirmadas pela Federação Internacional de Judô (IJF) e pela Panam Sports, organização responsável por organizar os Jogos Pan-Americanos, por meio de um documento.
Segundo a Federação Internacional da modalidade, a brasileira poderá perder também as duas medalhas de bronze (individual e por equipes) conquistadas no Mundial de Judô, realizado este mês, no Japão.
Os exames foram realizados em agosto deste ano, no dia em que Rafaela conquistou a medalha na categoria -57 kg, mas o resultado foi divulgado na semana passada.
DEFESA
Em sua defesa, a atleta convocou uma entrevista coletiva no Instituto Reação, onde treinava. Ao lado dela, entre outros atletas, estava o ex-judoca Flávio Canto.
Rafaela alegou inocência e afirmou “estar limpa” para continuar treinando e disputando campeonatos: “Nenhum atleta se prepara para um momento como esse. Estou aqui para dar a minha cara a tapa. Fiz os testes, estou limpa. É continuar treinando, competindo e provar minha inocência”, alegou.
Sobre a substância, Rafa disse: “Eu não faço uso dessa substância, não tenho asma, não tenho nada. Quando fiquei sabendo dessa notícia, fiquei pensando todos os dias o que eu tinha feito, o que podia ter acontecido.“
Uma das hipóteses reveladas pela judoca foi por conta de uma criança que frequenta o Instituto Reação, que pode ter “contaminado” a atleta com a substância: “A única pessoa que fez uso dessa substância foi a Lara, que treina no Instituto Reação. Eu tenho mania de dar meu nariz para a criança chupar. Conforme ela vai chupando meu nariz, eu vou inalando as substâncias que ela manda para o meu corpo“.
O que sustenta essa tese é que o último contato com Lara foi no dia 4 de julho, 5 dias antes do teste que deu positivo.
A judoca ainda se defendeu: “Competi depois, fiz exame e deu negativo. Continuei competindo, deu negativo. Acho que a história que a gente tem para contar é que, como falei, sempre tive muito cuidado por não querer passar por isso. Criança no colo, sempre dou o nariz para as crianças chuparem, e eu descobri que uma das crianças que eu fiz isso faz uso dessa substância. Então, pode ser um dos motivos“, completou Rafaela Silva.