Já são 12 anos correndo juntos, 9 na Fórmula 1 e mais três na Stock. Ao todo, 25 corridas em Interlagos com ambos na pista (9 na F1, 16 na Stock). E foi somente nesse domingo que os dois ídolos do automobilismo brasileiro subiram juntos ao pódio do nosso principal autódromo, na corrida 2 da grande final da Stock Car.
Os dois largaram de posições intermediárias após resultados discretos na corrida 1: Felipe Massa saiu do 14º lugar, enquanto Rubens Barrichello partiu do 19º. Ambos, no entanto, tinham estratégias adequadas para fazer corridas de recuperação.
Barrichello escalou o pelotão logo de cara e, pouco depois de fazer seu pit stop, já alcançou e superou Átila Abreu, e assume a liderança virtual. Enquanto isso, Massa seguia na pista sem fazer sua parada, no aguardo do limite do regulamento para fazê-lo. Na prática, Massa liderava, mas tenderia a voltar à pista pouco atrás de Rubinho uma vez que trocasse seus pneus.
Tudo caminhava para a tão sonhada vitória de Barrichello em Interlagos, o circuito que considera sua segunda casa, e no qual não vence desde o longínquo 1990, ainda pela Fórmula 3 Sulamericana.
A poucos minutos do fim, Sergio Ramalho bateu forte na Curva do Laranjinha após passar mal dentro do carro. O acidente era um lance evidente de safety car. Se acionada, a bandeira amarela provocaria o fechamento imediato dos boxes, o que arruinaria a corrida de quem ainda não havia parado. Aquela altura, eram apenas Massa e Marcos Gomes, 1º e 2º na pista, respectivamente. A vitória de Barrichello seria certa.
Somente então, o safety car foi ativado. Para piorar, entrou no ponto errado. Massa e Gomes já estavam de volta à pista quando o Camaro da direção de prova aguardava quem vinha atrás – que era Barrichello, o 3º.
E assim se seguiu por duas voltas: dois carros sozinhos na frente, depois o safety car e o resto do pelotão. Foi só na penúltima volta que Massa e Gomes diminuíram o ritmo e o safety car os alcançou, ultrapassou e alinhou todos os carros na ordem certa.
Com tudo “corrigido”, não havia tempo para mais nada: bandeira quadriculada atrás do carro de segurança e vitória de Felipe Massa no templo de Interlagos. Mais uma, depois de duas belas vitórias pela Ferrari nos GPs de Fórmula 1 de 2006 e 2008. Marcos Gomes terminou em 2º, com Rubens Barrichello num agridoce 3º lugar.
Mesmo com a confusão, o clima era de festa tanto no pódio quanto nas arquibancadas. Não é todo dia que dois pilotos de primeira linha, com 11 vitórias de F1 cada, sobem ao pódio juntos na cidade natal de ambos. E sorte de Marcos Gomes, que fez parte de mais esse momento histórico da Stock Car.
