O UFC, que enfrentou obstáculos cruciais como proibição e quase falência, evoluiu para se tornar o maior evento de lutas do mundo ao longo de mais de três décadas. Mas e se o esporte tivesse sempre a magnitude que tem atualmente? Para Vitor Belfort, a resposta é clara: ele seria uma superestrela — dez vezes maior que Conor McGregor.
“Eu trouxe algo diferente. Fui o Fenômeno. Mas o esporte não era tão grande como agora. Se fosse, eu seria 10 vezes maior que o Conor McGregor. Mas naquela época, não era assim,” afirmou Vitor em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br.
O legado de Vitor Belfort no MMA
Sem dúvida, Vitor Belfort foi um pioneiro no MMA e teve papel vital na popularização do esporte no Brasil. Ele possibilitou a exibição do UFC em TV aberta no país através de uma parceria com o SBT, durante sua participação no reality show Casa dos Artistas. Além disso, Belfort foi protagonista em lutas inesquecíveis, como o épico nocaute que sofreu contra Anderson Silva, que ajudou a solidificar o MMA no cenário nacional.
Por outro lado, Conor McGregor, que estreou em 2013, rapidamente se tornou um fenômeno midiático, revolucionando o UFC e aumentando significativamente os valores financeiros envolvidos no esporte.
O impacto de Conor McGregor no UFC
Vitor reconhece a influência de McGregor, mas não hesita em criticar o estado atual do esporte – e o próprio Conor, que atravessa uma fase difícil.
“O Conor soube aproveitar a era digital e aplicou estratégias de promoção semelhantes ao WWE. O momento favoreceu McGregor, mas olhem para ele agora! Seis lutas e seis derrotas, fugindo dos combates. A vida dele agora é só dinheiro e fama. Mas as pessoas ainda querem isso, admiram e seguem ele,” comentou Vitor.
As mudanças no UFC e no MMA moderno
“Tudo evoluiu hoje. Mas o entretenimento está prejudicando o esporte. No futebol, você não se destaca falando besteiras. No MMA, temos figuras como Jake Paul alcançando destaque. No UFC, quantos obtêm sucesso mais pelo que falam do que pelo que fazem no octógono? As pessoas querem pão e circo. Será que é possível virar um jogador de basquete ou um nadador só com trash talking? No MMA, isso é possível. O esporte virou um circo, e é preciso ter cuidado com o que estamos alimentando,” completou Vitor.
Essa crítica feita por Belfort à direção que o UFC tomou é partilhada por muitos fãs e antigos lutadores. O rápido fenômeno de transformações, onde fama e dinheiro às vezes pesam mais que talento, é um dos tópicos mais sensíveis nessa discussão.
A era digital e o fenômeno McGregor
Conor McGregor soube aproveitar a era digital para catapultar sua carreira. Com uma habilidade excepcional de promoção nas redes sociais e o uso inteligente do trash talking, ele atraiu uma vasta legião de fãs, tornando-se um ícone pop. No entanto, seu desempenho recente no UFC não vem correspondendo à sua fama.
Vitor Belfort: uma carreira marcada por altos e baixos
Belfort trilhou um caminho diferente. Conhecido por sua impressionante força e habilidades técnicas, ele brilhou no octógono por muitos anos. Porém, sua carreira também teve momentos difíceis, como o nocaute contra Anderson Silva e o drama pessoal com o desaparecimento de sua irmã, Priscila.
Volta Priscila: o drama pessoal de Vitor Belfort
Em 2004, o Brasil acompanhou com grande aflição o desaparecimento de Priscila, irmã de Vitor Belfort. A família, habituada com as glórias do octógono, se viu envolta em um pesadelo, marcado por teorias e pistas falsas, investigações policiais e suspeitas envolvendo o tráfico. Agora, 20 anos depois, a verdadeira personalidade de Priscila pode desatar os nós dessa trama misteriosa.
A série Volta Priscila já está disponível no Disney+.