A atual crise financeira do Barcelona provocou um dos períodos financeiros mais críticos da história recente do clube, acumulando dívidas elevadas e registrando prejuízos que chocaram até os torcedores mais atentos. Apesar disso, ele começa a apresentar sinais de recuperação, ainda que a caminhada seja longa.
Como a crise financeira do Barcelona aconteceu?
O colapso econômico do clube foi resultado de anos de gastos descontrolados, salários inflados e investimentos que não retornaram em campo. O aumento constante da folha salarial criou um efeito dominó que comprometeu o caixa e gerou uma bola de neve de dívidas.
Outro fator decisivo foi a ausência de títulos relevantes em determinadas temporadas, o que diminuiu premiações e reduziu receitas. A saída de grandes nomes também não trouxe o retorno financeiro esperado, e o Barcelona passou a operar com margens cada vez menores, pressionado por obrigações acumuladas.
A situação chegou ao extremo em 2021, quando o clube divulgou 481 milhões de euros em prejuízo e despesas que alcançavam 1,1 bilhão de euros (6,83 bilhões de reais, na cotação atual), um cenário que expôs falhas de gestão e tornou urgente a reformulação financeira. Essa realidade assustou o mundo do futebol e levantou dúvidas sobre o futuro da instituição.
O vídeo a seguir mostra um pouco das contratações que aconteceram nos últimos tempos e que se tornaram prejuízo para o clube:
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O que mudou nos resultados mais recentes do clube?
Apesar da crise profunda, o Barcelona demonstrou evolução nos números divulgados em 2025 referentes à temporada 2024/25. O clube registrou receita ordinária de 994 milhões de euros e um saldo positivo de 2 milhões de euros, mesmo sem jogar no Camp Nou devido às obras, o que representou um avanço relevante na recuperação financeira.
Ainda assim, o saldo líquido final da temporada ficou em 17 milhões de euros negativos, valor significativamente melhor que o resultado da temporada anterior, que havia encerrado com 94 milhões de euros negativos. A diferença mostra que a gestão atual tem conseguido reduzir prejuízos e reposicionar o clube gradualmente no caminho da estabilidade.

Quais áreas mais contribuíram para melhorar a receita?
Dois setores se destacaram como motores de recuperação: patrocínios e merchandising. O clube registrou recorde em ambos, mostrando a força da marca Barcelona mesmo em momentos de instabilidade. Esse crescimento reforça o peso global do clube, especialmente em mercados internacionais.
- Patrocínios: atingiram 259 milhões de euros, representando forte demanda comercial.
- Merchandising: chegou a 170 milhões de euros em vendas.
- Receita operacional: recuperou níveis próximos de 1 bilhão de euros.
- Diminuição da dívida: redução de 90 milhões de euros ao longo da temporada.
O Barcelona ainda corre riscos financeiros?
Mesmo com indicadores mais positivos, o clube ainda precisa lidar com dívidas expressivas e responsabilidades contratuais acumuladas. A estabilidade recente não elimina os desafios, mas mostra que o caminho de reestruturação está funcionando e que a instituição recupera capacidade de investimento.
A recuperação total dependerá de controle rígido de gastos, manutenção de receitas altas e desempenho esportivo consistente, já que premiações e participação em torneios europeus são fundamentais para o fluxo financeiro anual.
O que essa crise ensina sobre gestão em clubes de futebol?
A trajetória do Barcelona mostra como até gigantes globais podem entrar em colapso quando a gestão perde o equilíbrio entre receitas e despesas. Transparência, responsabilidade e planejamento são essenciais para evitar que decisões de curto prazo destruam a saúde financeira no futuro.
O caso também revela a força de uma marca consolidada, capaz de reagir mesmo após uma queda profunda. Com disciplina e estratégia, o clube tenta transformar um cenário inimaginável em uma base mais sólida para os próximos anos.





