Duas testemunhas do acidente que matou os jogadores portugueses Diogo Jota, do Liverpool, e André Silva, seu irmão, contestam a versão oficial da Guarda Civil da Espanha. O relatório pericial aponta que, ao tentar uma ultrapassagem na rodovia A-52, perto de Palacios de Sanabria, havia “possível velocidade excessiva, acima do limite da estrada”.
Uma das principais testemunhas é o caminhoneiro José Azevedo, que afirmou ter presenciado o acidente e rebateu a hipótese de alta velocidade. Em entrevista ao jornal português Correio da Manhã, Azevedo garantiu que o carro dos jogadores trafegava normalmente.
“Eu filmei, parei, tentei ajudar, mas infelizmente não pude fazer nada. Estou com a consciência tranquila. A família tem a minha palavra de que eles não estavam em alta velocidade. Eu pude ver a marca e a cor do carro quando eles passaram por mim. Eles estavam dirigindo com muita calma”, declarou.
“Eu dirijo naquela estrada todos os dias, de segunda a sábado. Eu sei que estrada é e já vi coisas realmente ultrajantes de outros carros, mas eles estavam dirigindo com muita calma. Está escuro e, apesar disso, eu conseguia ver perfeitamente a marca e a cor do veículo. Mais tarde, infelizmente, acabou em colisão.”
Segundo o Correio da Manhã, outro caminhoneiro, amigo de Azevedo, também testemunhou que os jogadores não estavam em velocidade elevada no momento do acidente na Espanha.
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Detalhes do acidente que matou Diogo Jota e André Silva
O acidente ocorreu por volta de 00h30 (horário local) de quinta-feira passada, no quilômetro 65 da rodovia A-52, perto de Cernadilla, a aproximadamente 335 km de Madri. Diogo Jota, de 28 anos, e André Silva, de 25, morreram carbonizados quando o carro deixou a pista e explodiu.
A investigação preliminar aponta duas causas principais: o estouro de um pneu e possível excesso de velocidade durante uma ultrapassagem, o que teria feito o jogador perder o controle do veículo.
Destino da viagem e motivo para não voar
De acordo com Rute Cardoso, esposa de Diogo Jota, os irmãos viajavam para Benavente, a cerca de 60 km do local do acidente, com destino final em Santander, onde embarcariam para Portsmouth, na Inglaterra. A escolha pelo trajeto rodoviário ocorreu porque Diogo havia passado por uma cirurgia pulmonar recentemente, e os médicos recomendaram evitar voos devido às mudanças de pressão atmosférica e risco de complicações no pós-operatório.
Após notar que os irmãos não chegaram a Benavente, um familiar alertou para o desaparecimento. A confirmação do pior veio pouco depois: a esposa, com quem Diogo havia se casado há apenas 11 dias, identificou que ele e André estavam entre as vítimas do acidente.





