A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) oficializou nesta segunda-feira (9) a criação de um grupo de trabalho para desenvolver um modelo de Fair Play Financeiro voltado aos clubes brasileiros. O objetivo é estabelecer um conjunto de regras que promova a sustentabilidade econômica das agremiações, com prazo de até 90 dias para apresentação da proposta.
A medida foi publicada em portaria assinada pelo presidente interino da CBF, Samir Xaud, e prevê que o novo regulamento seja aplicado de forma gradual, considerando as diferenças estruturais e regionais entre os clubes.
O projeto recebeu o nome de Regulamento do Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF) e será elaborado por um grupo multidisciplinar composto por representantes da CBF, de clubes das Séries A e B, federações estaduais e consultores independentes. O vice-presidente da CBF, Ricardo Paulo, foi designado como presidente do grupo de trabalho.
Os clubes interessados em participar do GT terão cinco dias para manifestar interesse. Caso haja número excessivo de postulantes, a definição final dos membros será feita por Ricardo Paulo.
ATENÇÃO! 🚨
A CBF instituiu um grupo de trabalho para CRIAR UM MODELO DE FAIR PLAY FINANCEIRO NO BRASIL! 💰🇧🇷
O nome do novo modelo será: Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF)
O conjunto de regras será traçado por membros da CBF, clubes das Série A e B, federações e… pic.twitter.com/ptOHtGBnpy
— DataFut (@DataFutebol) June 9, 2025
CBF se inspira em modelo europeu
A estrutura do SSF seguirá moldes semelhantes aos adotados por ligas europeias, como a UEFA, e deverá incluir limites de gastos proporcionais à receita dos clubes, a exigência de quitação de dívidas em atraso e mecanismos de monitoramento e sanção para descumprimentos.
Segundo a CBF, a criação de regras é fundamental para reduzir os riscos financeiros que ameaçam a gestão dos clubes. O crescimento das dívidas nos últimos anos reforça a urgência desse debate. Um estudo da Consultoria Convocados aponta um aumento de 22% nas dívidas dos principais clubes em 2023, totalizando mais de R$ 14 bilhões.
Esta não é a primeira tentativa da CBF de implementar um sistema de Fair Play Financeiro. Na gestão anterior, sob comando de Rogério Caboclo, chegou a ser apresentado um modelo semelhante. No entanto, resistências de clubes com graves problemas financeiros, como Corinthians e Atlético-MG, frearam o avanço do projeto, que acabou arquivado.