Um Brasil e Argentina não precisa de combustível. O maior clássico do futebol mundial se esquenta por natureza e qualquer vírgula no lugar errado por complicar tudo. Mas Raphinha decidiu errar na vírgula, no ponto final e na frase inteira. Em entrevista ao ex-jogador Romário, o craque do Barcelona afirmou: “Porrada neles [argentinos]. Dentro e fora de campo, se for preciso“.
A declaração, obviamente, caiu como uma bomba na Argentina e gerou diversas opiniões. Você pode dizer que o futebol está chato e que Raphinha fez aquilo que muitos ex-jogadores faziam. E eu posso até concordar em partes com seu argumento. Mas falar que a aspa do camisa 11 não terá repercussão durante o clássico é ser, no mínimo, ingênuo. O que o brasileiro disse servirá como um prato cheio para os donos da casa.
Otamendi, Cristian Romero e Rodrigo de Paul não precisam de muita coisa para descer a perna nos rivais. Na primeira oportunidade, eles já iriam bater nos brasileiros. Mas agora o alvo será Raphinha. O atacante do Brasil não ficará cinco minutos seguidos em pé no gramado. E tudo isso por uma declaração desnecessária, inflamada por um ex-jogador que, pelo menos, batia no peito e assumia o que dizia.
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Raphinha vai sofrer em campo
Raphinha terá que sustentar o que falou. Vai sofrer dentro de campo e terá que aguentar! Pode se lesionar numa temporada brilhante que vem fazendo. Pode inflamar os companheiros e gerar expulsões. A declaração é muito infeliz. Como se não bastasse, mais de 90 mil argentinos estarão no ouvido do atacante. E vamos combinar aqui entre nós: se a “porrada” realmente acontecer, não será Raphinha que estará no meio da confusão.
A declaração tem outro ponto importante: em um momento difícil, a Seleção Brasileira precisa de jogadores que honrem a camisa e mostrem vontade. Mas Raphinha confundiu as coisas. O que o torcedor quer é que os atletas joguem como o lateral Wesley, do Flamengo, que entrou na partida contra a Colômbia e deu a vida. Esse tem que ser o espírito daqueles que vestem o uniforme da pentacampeã do mundo.
Óbvio que o brasileiro quer ganhar da Argentina. Claro que o torcedor vai achar legal se os jogadores baterem nos argentinos. Mas os atletas não podem basear suas ações no comportamento da torcida. Assim, Raphinha terá que sustentar o que falou e ir para a “porrada” caso seja necessário. Só não pode sentir a pressão e não cumprir aquilo que disse. Que agora o atacante assuma a declaração e traga a vitória para o Brasil.
