Desde que Rodolfo Landim assumiu a presidência do Flamengo em 2019, a situação financeira do clube passou por transformações significativas. Apesar de, inicialmente, conseguir uma expressiva redução no déficit histórico, os dados mais recentes de 2024 mostram que a dívida líquida da equipe rubro-negra aumentou em quase R$ 400 milhões, alcançando um total de R$ 562 milhões. Esse panorama financeiro, embora não configure uma crise, acende um alerta para o futuro próximo.
O último balanço financeiro de 2023 indicava que o Flamengo havia atingido a marca de R$ 167 milhões em dívidas, após um robusto corte no déficit. Porém, em menos de um ano, esse número disparou para R$ 562 milhões, revelando um crescimento de R$ 395 milhões na dívida líquida. Este montante representa cerca de 0,4 da receita anual de 2023, o que sugere a necessidade de medidas financeiras mais rigorosas.
O que causou o déficit nas dívidas do Flamengo?
O incremento das dívidas está diretamente ligado a alguns fatores estratégicos dentro do clube, como investimentos em reforços e projetos estruturais. Um ponto-chave nesse cenário é a aquisição do terreno do Gasômetro, passo inicial para a construção de um estádio próprio – uma promessa de campanha da atual gestão. Paralelamente, os baixos retornos em vendas de atletas, comparados a anos anteriores, também contribuíram para essa situação adversa.
Os investimentos realizados em reforços, notadamente a contratação de Nicolás de La Cruz por R$ 90 milhões, representam um fator significativo. De modo geral, o Flamengo gastou aproximadamente R$ 273 milhões em reforços nesta temporada, incluindo despesas com jogadores como Alcaraz, cuja contratação foi de R$ 125 milhões. Esses investimentos configuram a maior parte do débito a ser honrado nos próximos anos.
Quais os impactos das vendas de atletas?
A receita gerada pela venda de atletas foi consideravelmente menor em 2024. O Flamengo arrecadou cerca de R$ 73 milhões com transferências de jogadores até setembro desse ano, valor que representa menos de um terço do montante obtido no ano anterior. Essa diminuição significativa nas vendas reduz a capacidade do clube em equilibrar suas finanças e enfrentar desafios futuros.
Este declínio nas receitas oriundas de transferências torna o cenário mais desafiador, uma vez que o clube já prevê uma redução adicional nas suas receitas de TV a partir de 2025, devido a um novo contrato do Campeonato Brasileiro.
Outros fatores financeiros do Flamengo
Além dos investimentos em atletas e no terreno do Gasômetro, o Flamengo também realizou adiantamentos financeiros relacionados a parcerias comerciais, somando mais R$ 42 milhões. Tais iniciativas financeiras são indicativas de uma estratégia agressiva para impulsionar o crescimento, mas que também apresentam riscos de liquidez no curto prazo.
Conforme o Flamengo se prepara para uma nova fase sob uma nova administração, a escolha das estratégias financeiras será crucial para garantir a estabilidade a longo prazo e a manutenção de seu desempenho esportivo.