A CBF convocou suas 27 federações filiadas para uma Assembleia Geral Extraordinária. O encontro está agendado para ocorrer em sua sede no Rio de Janeiro, com o intuito de discutir uma reforma no estatuto da entidade. A reunião acontece em um momento de tensão nos bastidores do futebol nacional, especialmente devido à possibilidade de alterar disposições sobre reeleições na presidência.
Além da reforma estatutária, outro ponto de destaque na pauta é a elaboração de um novo código de ética. No entanto, os detalhes sobre as possíveis mudanças no texto do novo código ainda não foram divulgados, deixando dirigentes e clubes em especulação quanto às propostas que serão apresentadas.
Quais são as principais propostas da CBF para a reforma do estatuto?
De acordo com informações obtidas por fontes internas, a eleição parece ser um dos focos principais da reforma estatutária. Uma das mudanças cogitadas envolve permitir que o presidente atual da CBF, Ednaldo Rodrigues, possa se candidatar a mais uma reeleição. Atualmente, o estatuto permite apenas dois mandatos consecutivos, o que poderia ser alterado para incluir uma segunda reeleição.
Se aceita, essa mudança poderia também ser aplicada às federações estaduais, criando uma uniformidade nas regras de gestão. Para que qualquer alteração seja implementada, é necessário o apoio de pelo menos 14 federações, representando a maioria das 27 filiadas à CBF.
Que impeditivos estão sendo discutidos?
Outra proposta de destaque na reforma seria a introdução de uma cláusula de barreira. Essa cláusula exigiria que candidatos a presidente da CBF renunciassem a cargos em clubes ou federações um ano antes da eleição. A ideia é promover uma maior transparência e evitar conflitos de interesse ao separar as funções de gestão daquelas de representação.
Qual o impacto do processo judicial contra Ednaldo Rodrigues na CBF?
O afastamento temporário de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF é um elemento complicador no cenário político da entidade. O processo, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), questiona a validade de sua presidência e pode exigir uma nova eleição. No entanto, uma liminar do ministro Gilmar Mendes garantiu seu retorno à presidência até que uma decisão definitiva seja tomada.
O caso teve início devido a um questionamento sobre a eleição de Rogério Caboclo em 2018, antecessor de Ednaldo. As controvérsias giram em torno do estatuto da CBF, que atribui pesos diferentes a votos de clubes e federações, algo considerado incompatível com a Lei Pelé.
Como a Lei Geral do Esporte pode influenciar a reforma?
As propostas de mudanças no estatuto também buscam alinhar a CBF à Lei Geral do Esporte, sancionada em junho de 2023, e a novos regulamentos estipulados pela FIFA. Embora as especificidades dessas normas ainda não tenham sido integralmente divulgadas, espera-se que elas influenciem significativamente o futuro da governança no futebol brasileiro.
O resultado dessa assembleia é aguardado com grande expectativa, pois poderá redesenhar as bases políticas e operacionais da entidade máxima do futebol no país, afetando não apenas a CBF, mas todo o cenário esportivo brasileiro.