Marcos Senna estará na torcida pela Espanha a partir da sexta-feira, quando começa a Euro 2024. A seleção espanhola estreia na competição no sábado, 15, contra a Croácia. Os espanhóis são, junto com a Alemanha, os maiores vencedores do torneio, com três conquistas cada. A primeira taça veio em 1964 e depois a dobradinha em 2008 e 2012. Em conversa com SportBuzz, o ex-jogador, que hoje se divide entre o cargo de diretor de relações institucionais do Villarreal e de embaixador da LALIGA, diz acreditar que a Alemanha tem tudo para desempatar essa disputa.
Espanha tá entre as grandes favoritas mas não vem como a grande favorita, que vai ser Alemanha, seguida de França e Inglaterra. Serão grandes jogos, a Euro é uma competição muito difícil. Mas acredito que a Alemanha, por ser anfitriã, terá uma vantagem.”
De São Paulo para a Espanha
Marcos Senna começou no futebol profissional em 1997, no Rio Branco de Americana. Dois anos depois já estava no Corinthians. Jovem e jogando em um time recheado de estrelas, principalmente no meio-campo, como Vampeta, Rincón e Edu, Senna foi coadjuvante nas conquistas do Campeonato Brasileiro de 1999 e no Mundial de 2000. Teve ainda breves passagens por Juventude e pelo São Caetano, onde foi vice-campeão da Libertadores em 2002.
O destaque na Libertadores levou Marcos Senna do ABC paulista para a Europa. No Villarreal, da Espanha, o brasieiro virou lenda. Foram 11 temporadas e mais de 350 jogos pelo Submarino Amarelo.
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Com leitura de jogo apurada, bom passe, posicionamento e disposição física, ele se tornou um dos meio-campistas mais dominantes da Liga Espanhola, e teve papel crucial no time que chegou às semifinais da Liga dos Campeões na temporada 2005/2006. Depois foi vice-campeão espanhol em 2007/2008, melhor colocação do Villareal na história da LALIGA.
Naturalização e a Euro 2008
Com o bom rendimento, veio o convite que mudaria a vida de Marcos Senna. Convidado a se naturalizar espanhol, ele atingiu o ápice na carreira de um jogador, disputou com a camisa da Roja a Copa Do Mundo de 2006, na Alemanha, e dois anos depois, foi peça-chave na equipe de Luis Aragonés que conquistou a Europa.
O meio-campo formado por Senna, Xavi e Iniesta era o ponto de equilíbrio daquele time, que venceu a Euro invicta, batendo a Alemanha na final por um a zero. Começava ali uma verdadeira dinastia da Espanha no futebol mundial.
“Pra mim foi um sonho realizado poder participar de uma grande competição como é a Euro. E você participar de um evento como esse e ainda ganhar é inesquecível, é histórico. A sensação foi fantástica, me sinto um privilegiado. Tive a sorte de ter coincidido com uma geração fantástica de grandes jogadores.”
Filhos adotivos
Pioneiro, Senna foi o primeiro brasileiro com dupla cidadania a vencer uma Euro. Ele abriu caminho para as conquistas posteriores de Pepe, com Portugal em 2016, e do trio Jorginho, Emerson Palmieri e Rafael Tolói pela Itália em 2021. Nessa atual edição, a Espanha contará com apenas um atleta naturalizado, o zagueiro Robin Le Normand, que nasceu na França. Pepe, o também lusitano Matheus Nunes, e Jorginho são os brasileiros que estarão em campo nessa Euro, que retorna à Alemanha.
Cada um deles é mais ou menos que na mesma linha que a minha. O sonho de jogar uma grande competição. Mesmo não sendo do pais de origem nos sentimos como filhos adotivos né. Eu sempre falo que a Espanha me adotou de uma maneira fantástica, acredito que com cada um deles também nos respectivos paises.
