O técnico Vanderlei Luxemburgo avaliou a vitória do Corinthians sobre o Universtario-PER, por 1 a 0, pela ida dos playoffs das oitavas de final da Copa Sul-Americana. Depois do jogo desta terça-feira, 11, na Neo Química Arena, o treinador do Timão viu uma evolução na equipe.
“Tenho falado que nós temos crescimento, mas vocês não acreditam. Eu tenho que respeitar. A molecada no dia a dia passa confiança. Tudo parece que é uma desculpa, mas lá atrás consegui encontrar um jeito. Perdi Paulinho, tive que refazer. Trocamos pneu com carro andando. Existe evolução, porque você não pega tantos moleques como agora para botar para jogar o jogo se não houver confiança e eles acreditarem e jogarem o jogo mesmo contra o Liverpool se não estiverem treinados”, disse Luxemburgo.
“Estamos começando a encorpar com um trabalho que talvez não fique à mostra, mas existe crescimento. Trabalho de elenco, buscando melhorar dia a dia. Não vem vitória, às vezes, mas você vê a gente envolvendo o adversário. Essa molecada está ocupando espaço. Momento importante da vida deles. Não é todo técnico que olha. Pegar esse momento, acreditar e se divertir. Irresponsabilidade com responsabilidade. Comportamento tático, mas com mescla de irreverência”, completou.
O jogo de volta da classificatória para as oitavas será disputado em Lima, no Peru, e o fato preocupa Luxa. Ele destacou que o país vive um surto da síndrome de Guillain Barré, uma “condição neurológica rara e grave, em que o sistema imunológico do corpo ataca o sistema nervoso periférico”. O Ministério da Saúde do Brasil considera a situação de baixo risco e lembra que não é transmissível de pessoa para pessoa.
“Quero fugir um pouco do assunto e dizer que não houve preocupação. O Peru é coirmão. Já fui diversas vezes ali, muito agradável. Mas, independentemente do país, um surto é um surto. Qualquer país com isso, se há decreto, tem que ser respeitado. Nós não somos cobaias. Cancelaram a ida dos profissionais da imprensa. Quem é o responsável por nós viajarmos lá e nos contaminarmos? Quem permitiu o jogo? Há um decreto federal do Ministério da Saúde e isso precisa ser respeitado. É um problema muito sério”, seguiu o comandante.
“Não queremos deixar de jogar, mas é preciso ter responsabilidade para não colocar em risco a nossa saúde. A imprensa não estará. Por que não muda de país? Não é brincadeira. Por que no futebol sempre precisa de algo grave para ter mais responsabilidade nas decisões? Se eu não for para cuidar da minha saúde, serei criticado. Tenho que me expor e expor a equipe? Precisam de responsabilidade. É preciso ter coerência e equilíbrio. São seres humanos. Legal se minha mulher ficar viúva. Quem vai ser o responsável? Aqui não tem nada a ver com país. Belíssimo”, acrescentou o treinador.