Um dos capitães da Seleção Brasileira, e amigo pessoal de Neymar, Thiago Silva saiu em defesa do atacante nesta terça-feira, 12, e disse que existe uma pressão exagerada sobre o camisa 10, que recebeu diversas críticas nas últimas semanas.
Thiago Silva contou que Neymar tem sua autocrítica, que ele jogou abaixo do que pode diante da Colômbia, no último domingo, 10, mas está cobrado mais do que deveria. O zagueiro ainda fez um paralelo com as críticas que ele recebeu depois da Copa do Mundo de 2014.
“É uma situação bem difícil. A gente, embora saiba que sofremos pressão de todos os lados, mas é uma pressão diferente. Parece direcionada e individual. A gente deixa muito de lado o que ele vem fazendo dentro de campo e focando em coisas que não são interessantes. Ele se cobra muito. A gente sabe que tem que jogar melhor, ter um entrosamento melhor. Ele sabe que não fez um jogo de Neymar. Tem essa autocrítica. Mas fica uma cobrança muito forte e coisas que não tem nada a ver. Eu passei por momentos semelhantes, principalmente depois da Copa de 2014. Fui tachado de chorão, de psicológico fraco. Coisas que vão te machucando e você sabe que não é. Espero que ele não perca essa alegria. Ele é um moleque super especial. Quando está alegre fazendo o que gosta, sempre dá conta do recado e desempenha o que sempre desempenhou. É melhor para a nossa seleção”, contou o jogador.
As críticas direcionadas a Neymar ficaram ainda piores depois da entrevista no último final de semana, quando o jogador disse que a Copa do Mundo do Catar pode ser a última dele, já que não sabe se terá mais “condições de cabeça”.
Depois de falar de Neymar, Thiago Silva abordou de forma mais ampla, sobre os questionamentos em relação à Seleção Brasileira.
Ainda que esteja invicta mesmo depois de 10 jogos das Eliminatórias e praticamente classificada para a Copa do Mundo do Catar, a equipe continua sendo cobrada para jogar cada vez melhor.
“Independentemente do jogador, a gente tem que ter um pouco mais de tranquilidade e análise da situação. Porque por vezes a gente fala, depois se arrepende e pede desculpa. Nós jogadores não temos esse tempo. Sofremos críticas e pressão. Quando a pessoa fala determinada coisa, no dia seguinte pede desculpa como se não tivesse acontecido nada. A gente sabe da responsabilidade aqui dentro. Mas em relação as coisas externas, não temos muito o que fazer. Temos que desempenhar o melhor possível e conseguir vitórias, como temos feito nos últimos jogos”, contou o jogador antes de completar.
“Temos sido criticados pela forma que jogamos. O momento não é dos melhores, apesar dos resultados positivos. É momento do homem testar uma ou outra situação. Raphinha e Antony têm entrado bem nos jogos. Se ele testa está errado, se não testa está errado. Precisamos entender o lado dele. O quanto é difícil escalar e convocar a seleção brasileira. As pessoas só pensam do lado delas e esquecem do outro, do humano. Estou feliz pois estamos na direção certa. Não temos que ficar pensando no passado, mas sim tentar resolver o que podemos resolver”, concluiu.
Agora, o Brasil volta a campo nesta quinta-feira, 14, diante do Uruguai, às 21h30 (horário de Brasília), na Arena da Amazônia, em Manaus.