Aos 50 anos de idade, Zé Carlos deixou de lado os holofotes das mídias e resolveu viver de forma mais discreta. Atualmente, morando em Teresina, o ex-jogador de futebol participou de uma reportagem especial para a TV Globo e na mesma entrou em diversos assuntos, principalmente sobre Seleção Brasileira.
Ele que substituiu Cafu na Copa do Mundo de 1998, na França, após a suspensão do lateral-direito na semifinal do torneio, chegou a traçar uma espécie de paralelo entre a Seleção de sua época e a nova geração que, atualmente, é comandada por Tite.
“Não vou dizer que nós éramos melhores, mas tínhamos atletas mais qualificados. Hoje há falta de jogadores em certas posições. Mas o nível de futebol no Brasil era bem maior. A gente acompanhando o tempo, caiu muito. Principalmente, na seleção brasileira. Em determinados clubes no país, é mais complicado para achar jogador que defensa o Brasil. Daí você vê. Ainda dizem que é o país do futebol. Não é mais. Caiu incentivo, projeção e divulgação, principalmente por conta da base”, disse ele.
Ainda em tons polêmicos, Zé Carlos disse que graças a preocupações financeiras e burocráticas, a base e a evolução da qualidade ficou para trás, fazendo com que, em seu ponto de vista, o Brasil perdesse o rótulo de ‘País do Futebol’.
“Vai ficando cada vez mais difícil para o Brasil. O Brasil está perdendo espaço. Em competitividade, em tudo. Não evoluiu. Parou no tempo. Antigamente, a seleção brasileira ia jogar, a gente já sabia que ia ganhar. Hoje, se empatar já é um bom resultado (risos). Infelizmente, a gente tem que dizer isso. Somos brasileiros e vivemos no meio. Mas a dificuldade está grande. Pensando no financeiro e esquecendo a base”. argumentou.
Por fim, o ex-atleta chegou a citar Neymar Jr em suas considerações. Questionado sobre a real importância do camisa 10 do PSG no esquema tático da Canarinho, ele revelou que a conquista da Copa América foi primordial para que ficasse nítido que o Brasil não precisa do jovem para apresentar um bom futebol.
“O Brasil não precisa mais do Neymar. A própria Copa América que ganhou, ficou claro que ele não depende do Neymar. É que muitas vezes as pessoas começam a bater nas costas e concordar com ele, e presentear ele. Assim como o Tite fez presenteando ele com a convocação. Tem que recuperar e ajudar, sim. Porém, muitas vezes a gente se recupera no banco de reservas, mostrando como se deve se portar um ser humano dentro e fora de campo. Eu vejo dessa forma. Minha família me educou assim. Fez errado, pune para aprender o que é certo”, finalizou o craque.