O futebol se tornou um espetáculo dentro e fora do campo. Nos últimos anos, as plataformas de streaming transformaram o esporte em narrativa, abrindo os bastidores de clubes, seleções e personagens que moldam a paixão mais popular do planeta. Em 2025, o gênero das séries e documentários de futebol vive seu auge, combinando emoção, estratégia e humanidade.
Mais do que gols, essas produções mostram o que o torcedor não vê: o peso das decisões, as crises internas, o drama de quem vive para vencer — e também para recomeçar.
All or Nothing: o futebol de dentro pra fora
A série All or Nothing, da Amazon Prime Video, é o marco da era moderna do documentário esportivo. A franquia já revelou bastidores de clubes como Manchester City, Arsenal, Tottenham e da Seleção Brasileira na edição Tudo ou Nada: Seleção Brasileira (2020).
O diferencial está no acesso total: vestiários, reuniões, conversas privadas e o lado psicológico do futebol profissional. A câmera mostra o que a TV esconde — o medo de errar, a liderança dos técnicos e o drama de quem carrega um país nas costas.
Essa linha narrativa influenciou produções de clubes ao redor do mundo e abriu caminho para uma geração de documentários que tratam o futebol como uma série sobre pessoas, não apenas atletas.
Sunderland ’Til I Die: o futebol que sofre e resiste
Entre as produções mais humanas do gênero, Sunderland ’Til I Die, da Netflix, é uma das mais poderosas. Longe dos grandes holofotes, o documentário acompanha o declínio e a tentativa de renascimento do tradicional clube inglês Sunderland.
A série virou referência global porque mostra o futebol sem glamour: torcedores que hipotecam suas casas, funcionários que choram demissões e jogadores que enfrentam o fracasso. É o futebol raiz transformado em poesia documental.
Em 2024, o sucesso inspirou novos projetos, incluindo produções brasileiras no Globoplay e na HBO Max sobre bastidores e reestruturação de clubes tradicionais, como o Cruzeiro e o Vasco da Gama, ambos sob o modelo SAF.
Destino: Seleção e o olhar brasileiro sobre o esporte
No Brasil, o documentário Tudo ou Nada: Seleção Brasileira (Prime Video) continua sendo referência por seu acesso inédito aos bastidores da Copa América de 2019. A série capturou a tensão, a euforia e as personalidades que moldam o ambiente da seleção, de Tite a Daniel Alves, em momentos nunca vistos.

Já no streaming nacional, produções como “As Primeiras” (HBO Max) e “A Virada” (Globoplay) expandiram o olhar. As Primeiras resgata as pioneiras do futebol feminino no Brasil, enquanto A Virada documenta o renascimento de clubes históricos sob novas gestões empresariais.
Essas produções marcam uma virada de narrativa: o futebol brasileiro não é só entretenimento, é documento histórico, social e cultural.
Ted Lasso e a revolução da ficção esportiva
No campo da ficção, Ted Lasso (Apple TV+) tornou-se um fenômeno global. A série sobre um técnico de futebol americano que assume um clube inglês virou metáfora de empatia, liderança e saúde mental.
Mais do que humor, Ted Lasso humaniza o futebol. Mostra que vencer não é apenas erguer taças, é construir ambientes saudáveis, resgatar confiança e tratar as pessoas com respeito. O sucesso da série redefiniu o modo como o público global enxerga o futebol: menos tático, mais emocional.
O que essas histórias revelam sobre o futebol de hoje
As séries e documentários de futebol em 2025 têm algo em comum: todas revelam que o esporte é, antes de tudo, um reflexo da vida. As vitórias são passageiras, mas as histórias ficam.
O que está em jogo nesses roteiros não é apenas o placar, mas o humano, o medo, o ego, o fracasso, a fé. Cada episódio, seja em Manchester, Londres ou Belo Horizonte, mostra que o futebol é feito de emoções universais: cair e levantar, perder e recomeçar.
E se o futebol brasileiro vive seu próprio renascimento, o audiovisual tornou-se a lente perfeita para contar essas jornadas. Porque, no fim, a maior série de todas ainda é a que se joga dentro de campo, e se vive fora dele.