A Centauro, uma das maiores varejistas esportivas do Brasil e da América Latina e parte do Grupo SBF, passou por retrações nos últimos anos, mas tenta reconstruir seu posicionamento com ajustes no modelo de negócio, digitalização e cortes de custos enquanto encara um varejo cada vez mais competitivo.
O que mudou na operação da Centauro nos últimos anos
A empresa viveu uma fase crítica depois da pandemia, quando passou a lidar com queda no consumo, juros altos e mudanças de comportamento do cliente. Dentro desse cenário, a queda no desempenho das lojas físicas afetou fortemente os resultados, já que boa parte da receita ainda vem do varejo tradicional. A empresa também reconheceu que seu modelo operacional ficou desatualizado, especialmente diante do avanço das concorrentes digitais.
Entre 2022 e 2025, a Centauro promoveu ajustes estruturais importantes para tentar equilibrar custos. Isso incluiu fechamento de unidades, reorganização da logística e revisão do portfólio. Embora não tenha declarado insolvência, a empresa opera sob forte pressão financeira e depende de modernizações consistentes para recuperar competitividade.

Como evoluíram as lojas da Centauro de 2022 a 2025
A empresa iniciou 2023 com o fechamento de 10 lojas, sinalizando que a desaceleração econômica estava afetando diretamente sua rede física. A quantidade de unidades diminuiu ao longo dos anos, mostrando que o foco passou a ser eficiência em vez de expansão acelerada. Esse movimento acompanhou a tendência de outros varejistas nacionais que também reduziram operações.
Nos anos de 2024 e 2025, a empresa continuou ajustando sua estrutura, porém de maneira mais moderada. O objetivo passou a ser manter lojas mais rentáveis e garantir uma integração mais eficiente entre físico e digital, melhorando a experiência de compra.
A evolução no número total de lojas foi a seguinte:
- 2022 – 233 lojas.
- 2023 – 225 lojas, após os fechamentos anunciados em janeiro.
- 2024 – cerca de 220 lojas.
- 2025 – aproximadamente 218 lojas.
Os desafios da Centauro hoje
O aumento da concorrência digital é um dos pontos mais críticos, já que empresas nativas online conseguem operar com estruturas mais leves e custos menores. Além disso, os juros altos reduziram o poder de compra do consumidor, afetando diretamente as vendas do setor esportivo. A Centauro também enfrenta desafios logísticos importantes, já que atua em um país de grande extensão.
Apesar dos obstáculos, a rede segue investindo no e-commerce e na integração total entre loja física e digital. Esse movimento é visto como fundamental para oferecer mais conveniência e ampliar alcance, criando uma experiência mais coerente com o consumidor atual.
A Centauro está perto de uma recuperação?
A empresa segue operando normalmente e não está em insolvência, mas ainda está distante dos resultados pré-pandemia. Analistas afirmam que a modernização do modelo de negócio continua sendo um ponto central para que a empresa volte a crescer de forma consistente. A rede precisa ampliar margens, reduzir desperdícios e acelerar processos tecnológicos.
O futuro depende da capacidade da Centauro de se adaptar a novas dinâmicas de consumo. Embora os últimos anos tenham sido difíceis, a marca ainda conserva peso no varejo esportivo e pode retomar força se conseguir escalar sua transformação digital.
O caso também reforça que, mesmo em setores com alta demanda, a capacidade de inovar e acompanhar o consumidor é determinante para garantir competitividade no longo prazo.





