O City Football Group (CFG) foi criado em 2014 e tem sede em Manchester, na Inglaterra. O conglomerado nasceu com o objetivo de unir clubes sob uma única gestão estratégica, promovendo sinergias comerciais e esportivas. Por trás dessa iniciativa está o Abu Dhabi United Group, fundo de investimento ligado à família real dos Emirados Árabes Unidos, liderado por Sheikh Mansour bin Zayed Al Nahyan.
Quem são os donos do Grupo City?
O principal acionista é o Sheikh Mansour, membro da realeza de Abu Dhabi e vice-primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos. Sua fortuna pessoal ultrapassa os US$ 20 bilhões, e ele integra a poderosa família Al Nahyan, que controla grande parte das riquezas nacionais baseadas no petróleo.
Além dele, o CFG também conta com participação de empresas internacionais, como a China Media Capital e o grupo norte-americano Silver Lake, que investiu mais de US$ 500 milhões para adquirir cerca de 10% das ações, ampliando o poder financeiro e tecnológico do conglomerado.
De onde vem tanto dinheiro para investir em clubes?
A principal fonte de riqueza do Grupo City é o petróleo. O governo de Abu Dhabi, por meio de seus fundos soberanos, canaliza investimentos para setores estratégicos, e o futebol é uma das formas de soft power, ou seja, influência política e cultural.
Outro fator é a diversificação dos negócios. O grupo não depende apenas de bilheteria ou patrocínios: ele lucra com direitos de imagem, licenciamentos, parcerias tecnológicas e marketing global, criando um ecossistema autossustentável e altamente lucrativo.
Quantos clubes fazem parte do Grupo City?
Atualmente, o conglomerado controla ou tem participação em 13 clubes espalhados por diferentes países. Entre eles estão o Manchester City (Inglaterra), New York City FC (Estados Unidos), Girona FC (Espanha), Montevideo City Torque (Uruguai), Mumbai City FC (Índia) e Bahia (Brasil).
Esse modelo permite circulação de talentos, compartilhamento de infraestrutura e padronização de estilo de jogo, além de ampliar a presença da marca em todos os continentes. Cada clube é uma peça estratégica na expansão do império esportivo.
Como o Grupo City gera lucro com tantos clubes?
O segredo está na gestão integrada. O CFG utiliza tecnologia, análise de dados e scouting avançado para desenvolver jogadores e revendê-los com lucro. Jovens promessas formadas em times menores do grupo são negociadas com clubes europeus de elite, gerando receita constante.
Além disso, o Manchester City é hoje uma das equipes mais valiosas do mundo, com faturamento superior a € 700 milhões por temporada, impulsionado por títulos, patrocínios e acordos comerciais. Isso garante uma rotação contínua de capital, que sustenta todo o grupo.
O poder do Grupo City é apenas financeiro?
Não. O CFG é também uma máquina de influência. Ele redefine a maneira como o futebol é gerido, impondo um modelo corporativo e globalizado. A marca City se tornou símbolo de eficiência e inovação, adotando práticas de sustentabilidade e modernização em estádios e centros de treinamento.
O grupo ainda investe em programas sociais e esportivos, especialmente em países emergentes, fortalecendo sua imagem pública e gerando valor intangível. Assim, o poder do CFG vai além do dinheiro — ele molda a cultura do futebol moderno.
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O Grupo City pode dominar o futebol mundial?
Com uma base financeira praticamente inesgotável e uma estrutura multinacional, o CFG já é uma das organizações mais influentes do planeta. Sua estratégia de longo prazo inclui expansão para novos mercados, como a África e o Oriente Médio, além de parcerias tecnológicas com gigantes do setor digital.
No entanto, esse domínio levanta questionamentos sobre concorrência justa e fair play financeiro, já que o apoio estatal e os fluxos de investimento externos geram vantagem sobre clubes tradicionais que dependem apenas de receitas esportivas.
O que o sucesso do Grupo City revela sobre o futuro do futebol?
A ascensão do CFG mostra que o futebol caminha para um modelo corporativo e globalizado, em que o poder econômico determina competitividade. O esporte se transformou em um produto de alcance mundial, e conglomerados como o Grupo City são os novos protagonistas desse cenário.
Por outro lado, isso também desperta o debate sobre identidade dos clubes, já que a padronização e a centralização podem diluir tradições locais. O futuro do futebol, portanto, dependerá do equilíbrio entre negócio e paixão — algo que o CFG ainda tenta demonstrar em sua trajetória.





