A falência da Liberated Brands, responsável por operar lojas das marcas Quiksilver, Billabong e Volcom nos Estados Unidos, repercutiu amplamente em 2025. O caso expôs as dificuldades enfrentadas por redes esportivas tradicionais diante de novas dinâmicas econômicas e hábitos de consumo em transformação.
Quais fatores levaram à falência da Liberated Brands nos Estados Unidos?
A crise da Liberated Brands teve origem em uma combinação de fatores agravados nos últimos anos. A empresa entrou com pedido de proteção judicial sob o Capítulo 11 da Lei de Falências americana, buscando reestruturação financeira sem encerrar as operações de forma imediata.
Entre as causas principais estão o aumento dos custos globais, falhas na cadeia de suprimentos, a competição com marcas de fast fashion e a queda no interesse por roupas esportivas premium. Mesmo com o fechamento de aproximadamente 124 lojas e a demissão de 1.400 funcionários, as marcas seguem ativas sob novas gestões licenciadas.
Quais desafios o varejo esportivo enfrenta no cenário atual?
O caso da Liberated Brands reflete uma crise mais ampla do varejo esportivo, que enfrenta dificuldades em se adaptar às mudanças de comportamento do consumidor e à digitalização do mercado. Marcas tradicionais, antes símbolo de status e estilo, enfrentam forte pressão de preços e inovação constante.
- O avanço das fast fashions elevou a competição e reduziu margens de lucro.
- O aumento do custo de vida alterou prioridades de consumo.
- As compras online reduziram o fluxo em lojas físicas especializadas.
- Fabricantes asiáticas ampliaram participação com preços mais baixos e modelos modernos.
Como o Capítulo 11 da Lei de Falências ajuda empresas nos Estados Unidos?
O Capítulo 11 permite que empresas em dificuldade financeira reorganizem dívidas e operações sem fechar de imediato. Essa modalidade oferece tempo e proteção para renegociar contratos e tentar recuperar rentabilidade com supervisão judicial.
Durante o processo, a empresa segue funcionando, mas sob regras rígidas de controle. No caso da Liberated Brands, o processo se encerrou em julho de 2025, com a empresa gerando aproximadamente $65 milhões da venda de ativos — insuficiente para cobrir toda a dívida de $35 milhões ao JP Morgan. É um caminho frequentemente utilizado por grandes corporações que buscam reformular estratégias, fechar lojas deficitárias e adotar novos modelos de negócio mais enxutos e digitais.
Quais curiosidades cercam o impacto dessa falência no setor esportivo?
O colapso da Liberated Brands trouxe à tona números e fatos marcantes sobre o setor esportivo global. Marcas históricas precisaram rever décadas de tradição para sobreviver a um mercado cada vez mais digital.
- Quiksilver e Billabong têm mais de 50 anos de legado no surf e streetwear.
- Volcom, fundada em 1991, vestiu atletas olímpicos e patrocinou grandes eventos de skate.
- O segmento esportivo cresceu mundialmente, mas com foco em vendas diretas digitais.
- Quase 40% das vendas dessas marcas vinham de lojas físicas — as mais afetadas pela pandemia e inflação.
O que o mercado pode aprender com a falência da Liberated Brands?
A falência da Liberated Brands mostra como mesmo marcas sólidas precisam evoluir rapidamente. A incapacidade de acompanhar tendências digitais e preferências de consumo levou ao colapso de um império do surfwear.
Para se manter relevante, é essencial investir em canais diretos de venda, diversificar o público e adaptar produtos à nova realidade global. Em um mercado onde a inovação é constante, sobrevivem apenas as empresas que transformam desafios em oportunidades.





