Quando ocorre uma lesão muscular, os tecidos inflamam, o que causa dor e inchaço. O gelo age provocando uma vasoconstrição, ou seja, a contração dos vasos sanguíneos, que diminui o fluxo de sangue na região afetada.
Essa redução de temperatura desacelera o metabolismo local, reduzindo a liberação de substâncias inflamatórias. O resultado é um alívio quase imediato da dor e menor risco de agravamento da lesão.
Por que a crioterapia é recomendada por fisioterapeutas e esportistas?
O gelo é um recurso de baixo custo e grande eficiência. Profissionais da área esportiva e fisioterapeutas utilizam a crioterapia em lesões leves, como entorses, contusões e distensões musculares.
Além disso, o gelo pode ser aplicado após treinos intensos para reduzir o desconforto muscular tardio, conhecido como dor muscular de início retardado (DMIR). Essa prática contribui para o melhor desempenho e recuperação dos atletas.

Qual é o tempo ideal de aplicação do gelo em lesões musculares?
O tempo ideal depende da gravidade da lesão, mas recomenda-se manter a aplicação entre quinze e vinte minutos por sessão. Exceder esse tempo pode causar danos à pele e até queimaduras por frio.
Entre as aplicações, o intervalo deve ser de pelo menos uma hora. Isso permite que a circulação retorne ao normal e evita o resfriamento excessivo dos tecidos.
Existem riscos no uso incorreto do gelo?
Sim. O uso inadequado do gelo pode provocar lesões na pele e até comprometer a regeneração muscular. Aplicar gelo diretamente sobre a pele, por exemplo, pode causar queimaduras de frio.
Por isso, recomenda-se sempre envolver o gelo em um pano fino ou toalha. Além disso, o uso prolongado e contínuo pode prejudicar a circulação, retardando a cicatrização.
O gelo substitui outros tipos de tratamento muscular?
O gelo é um recurso complementar, não substitutivo. Ele deve ser usado nos estágios iniciais de uma lesão para controlar a dor e o inchaço. Contudo, a reabilitação completa exige outras etapas, como alongamentos, fortalecimento muscular e fisioterapia supervisionada.
Em alguns casos, o calor pode ser indicado após as primeiras quarenta e oito horas, quando o processo inflamatório já foi controlado, para ajudar na regeneração dos tecidos.
Quais são os principais mitos sobre o uso do gelo em lesões?
Um dos mitos mais comuns é acreditar que quanto mais tempo o gelo ficar na pele, mais rápida será a recuperação. Na verdade, o excesso pode causar o efeito oposto.
Outro equívoco é usar o gelo em qualquer tipo de dor muscular. Em casos de contraturas crônicas ou desconfortos sem inflamação, o calor é geralmente mais indicado para promover relaxamento muscular.
O que podemos aprender com o uso do gelo na recuperação muscular?
O gelo é um exemplo de como soluções simples podem ter grande impacto na recuperação esportiva. Quando usado corretamente, ajuda a reduzir a inflamação e acelera a regeneração muscular.
Com orientação adequada, a crioterapia continua sendo uma aliada poderosa para atletas e praticantes de atividade física, lembrando sempre que o equilíbrio entre descanso, tratamento e prevenção é essencial para o corpo se recuperar plenamente.