O episódio ocorreu durante a partida entre Brasil e Colômbia na Copa do Mundo de 2014, quando uma joelhada nas costas provocou uma fratura na região lombar. Exames de imagem mostraram comprometimento ósseo próximo à coluna vertebral, o que elevou o risco de lesão medular. Médicos presentes no atendimento inicial deixaram claro que a localização do trauma tornava o caso de atenção máxima.
A diferença entre uma fratura estável e uma com risco medular é pequena em termos anatômicos. Como a medula espinhal passa por uma área confinada, qualquer fragmento ósseo deslocado poderia comprimir estruturas nervosas e levar a sequelas motoras graves.
Por que essa lesão foi considerada potencialmente incapacitante?
Lesões na coluna, especialmente quando próximas à medula, sempre apresentam duas preocupações: integridade neurológica e estabilidade estrutural. No caso, a fratura foi próxima de segmentos que controlam função motora e sensibilidade nas pernas. Por isso, especialistas alertaram que um impacto ligeiramente diferente poderia gerar paralisia.
Além do risco imediato, a instabilidade vertebral pode evoluir com o tempo se não houver imobilização adequada. A possibilidade de perder movimentos ou necessitar de cadeira de rodas fez com que toda a equipe envolvida adotasse uma postura cautelosa desde o primeiro atendimento.

Quais tratamentos foram adotados e por que foram essenciais?
O tratamento inicial foi baseado em imobilização, controle da dor e monitoramento neurológico. Em seguida, Neymar passou por sessões de fisioterapia direcionada à reabilitação da coluna e fortalecimento da musculatura estabilizadora. O foco sempre foi evitar deslocamentos ósseos e promover recuperação funcional.
A reabilitação esportiva aplicada foi progressiva: repouso absoluto nas fases agudas, seguido por fisioterapia passiva e, depois, ativa. A disciplina no cumprimento do protocolo foi determinante para a recuperação sem sequelas neurológicas.
Como a lesão afetou a carreira imediata e o desempenho em campo?
A consequência mais imediata foi o afastamento de jogos decisivos, incluindo compromissos internacionais. A ausência em partidas importantes afetou a atuação da seleção e do clube, e também modificou rotinas de treinamentos e prevenção de novas lesões.
No médio prazo, a experiência levou a mudanças na rotina de preparação física: maior ênfase em exercícios de core, sessões preventivas com fisioterapeutas e acompanhamento ortopédico contínuo. Essas medidas visam reduzir a chance de recorrência e proteger a coluna em episódios de contato.
O que dizem os especialistas sobre a proximidade do risco de paraplegia?
Ortopedistas e neurocirurgiões explicam que o que salvou muitos atletas de sequelas permanentes foi a combinação entre localização exata do trauma, rapidez no atendimento e protocolos de imobilização. Caso a lesão tivesse atingido diretamente a medula, as consequências teriam sido muito mais severas.
Por outro lado, a avaliação médica posterior indicou que houve risco real, mas controlável, o que reforça a necessidade de medidas preventivas em jogos de alto impacto e de treinamento em primeiros socorros específicos para lesões vertebrais.
Quais lições esse episódio deixa para prevenção e saúde dos atletas?
O caso evidencia a importância de prevenção, não apenas com equipamento, mas com preparação física e regras de jogo que minimizem jogadas de risco. Também ressalta a necessidade de equipes médicas bem treinadas em campos e centros de treinamento, prontas para imobilizar e encaminhar atletas de forma segura.
Além disso, reforça o valor da reabilitação multidisciplinar: fisioterapia, suporte psicológico e retorno ao esporte monitorado, tudo isso contribui para que um episódio grave não termine em incapacidade definitiva.
O que podemos aprender com os detalhes da lesão que quase deixou Neymar de cadeira de rodas?
A história mostra que a linha entre um incidente e uma tragédia esportiva é estreita. A conjugação de atendimento rápido, protocolo de reabilitação e disciplina do atleta foi determinante para evitar sequelas permanentes. Mais do que um relato de recuperação, é um alerta sobre cuidados que clubes, confederações e atletas devem priorizar.
Para jogadores jovens e profissionais, a mensagem é clara: prevenção, fortalecimento e prontidão médica salvam carreiras. Para o público, o episódio reforça empatia e entendimento de que atletas são vulneráveis a acidentes que exigem respostas técnicas e humanas bem coordenadas.