Neymar precisa estar na Copa do Mundo mesmo se não estiver 100% fisicamente. Essa não é uma provocação vazia nem um apego cego a um ídolo: é uma constatação futebolística. Carlo Ancelotti deixou claro que só convocará jogadores em plena condição física, e o discurso soa moderno, científico, irretocável no papel. Mas o tão sonhado Mundial não se ganha apenas com planilhas, GPS e exames clínicos.
Copa se ganha com talento raro, personalidade e capacidade de decidir quando o jogo queima, exatamente o território em que Neymar sempre foi soberano. Mesmo com 50% de suas condições, o camisa dez entrega mais do que todos os atacantes hoje à disposição da Seleção. Vini Jr, Rodrygo, Raphinha, Cunha e companhia são ótimos jogadores, importantes em clubes de elite do futebol Mundial.
Mas nenhum deles mostrou, em Copas do Mundo, a coragem e a genialidade para assumir a bola como Neymar fez contra a Croácia em 2022. Aquele gol, marcado na prorrogação, foi de um jogador que entende o peso da camisa, que não se esconde, que decide. Faltaram quatro minutos. Faltou time. Não faltou Neymar.
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Ancelotti corre o risco de morrer abraçado às próprias ideias. Jogadores 100% fisicamente, mas incapazes de desequilibrar partidas grandes, não ganham Mundial. A história está cheia de craques que jogaram Copas no limite físico e foram determinantes. O Brasil não precisa de onze atletas perfeitos; precisa de alguém que faça o impossível quando tudo trava.
Neymar, mesmo sem estar 100% fisicamente, ainda é o único capaz disso. Tirar Neymar da Copa em nome de um ideal físico é abdicar, conscientemente, da chance real de título. E isso, para uma seleção pentacampeã, é inaceitável.





