Sete jogadores da seleção da Malásia suspensos pela FIFA pretendem processar a Federação de Futebol da Malásia (FAM) após terem suas carreiras abaladas.
A acusação envolve a falsa alegação de ancestralidade malaia, mas os atletas afirmam que foram prejudicados por erros da própria federação.
Suspensão da FIFA gerou crise diplomática e financeira
A punição da FIFA envolveu sete atletas estrangeiros naturalizados, acusados de fraude documental sobre a origem malaia. Além das multas individuais, a FAM foi duramente penalizada com um valor milionário.
A medida causou forte repercussão nacional e internacional, afetando contratos profissionais e expondo falhas internas na federação malaia.
O caso ganhou contornos diplomáticos após o Tunku Mahkota de Johor declarar apoio aos atletas, classificando a decisão como um ataque político à Malásia. A repercussão colocou a FAM sob intenso escrutínio público.
Quem são os jogadores e o que perderam com a suspensão?
Os atletas envolvidos sofreram perdas imediatas em suas carreiras, com clubes rescindindo contratos após o escândalo. Conheça os nomes:
- Rodrigo Holgado (argentino) – dispensado por clube colombiano após decisão da FIFA
- Gabriel Felipe Arrocha (espanhol, também conhecido como Gabriel Palmero)
- Facundo Tomás Garcés (argentino)
- Imanol Javier Machuca (argentino)
- João Vitor Brandão Figueiredo (brasileiro)
- Jon Irazábal Iraurgui (espanhol)
- Hector Alejandro Hevel Serrano (holandês)
Gabriel Felipe Arrocha (Gabriel Palmero) teve seus contratos rescindidos com dois clubes espanhóis (Unionistas de Salamanca e Club Deportivo Tenerife), enquanto Facundo Tomás Garcés teve seu contrato suspenso (não rescindido) com o Deportivo Alavés pelos próximos 12 meses. A frustração envolve não só a perda financeira, mas a interrupção brusca de ciclos profissionais estáveis.
O que diz a defesa da FAM sobre a acusação?
A Federação de Futebol da Malásia nega qualquer tentativa de falsificação e atribui o problema a falhas técnicas no envio de documentação.
Segundo a entidade, a FIFA não apresentou provas concretas e agiu de forma precipitada. Um recurso foi encaminhado ao CAS (Tribunal Arbitral do Esporte), com o apoio direto do príncipe herdeiro de Johor. A FIFA rejeitou o apelo em 3 de novembro de 2025.
Dica rápida: a FAM montou um comitê independente, liderado pelo ex-Chefe de Justiça Raus Shariff, para investigar internamente a origem do erro. A ideia é reforçar a transparência do processo e responder com evidências claras.
Qual o prazo legal para recorrer e o que está em jogo?
Os jogadores e a federação receberam prazo de 10 dias para solicitar as razões formais da decisão e até 21 dias para recorrer ao CAS.
Esse prazo é essencial para evitar penalidades prolongadas e tentar reverter o impacto na imagem da Malásia no cenário esportivo internacional.
- O processo pode criar precedente internacional sobre naturalização esportiva
- Há risco de rompimento entre a FAM e instâncias da FIFA
- Clubes locais podem hesitar em contratar estrangeiros futuramente
- O caso reacende o debate sobre burocracia e racismo em registros federativos
Atenção: a possível indenização pedida pelos atletas pode incluir valores por danos morais, lucros cessantes e rompimento de carreira, o que elevaria ainda mais o prejuízo da FAM.





