A construção do Autódromo Nacional de Monza ocorreu em 1922, tornando-o o terceiro circuito permanente mais antigo do mundo. Criado para consolidar a força da indústria automotiva italiana, o local logo se tornou palco de corridas históricas. Quando a Fórmula 1 foi oficializada em 1950, Monza já era considerada uma referência em engenharia e velocidade, o que garantiu sua presença desde a primeira temporada.
Por que Monza é chamado de “Templo da Velocidade”?
A fama de Monza vem de seu traçado de alta velocidade, com longas retas e curvas rápidas que exigem precisão e coragem. O circuito é um dos mais rápidos do mundo, permitindo velocidades médias superiores a 250 km/h. Elementos como a Curva Parabólica, a Rettifilo Tribune e a Variante Ascari se tornaram ícones do automobilismo e testam o limite técnico dos carros e dos pilotos.
A aerodinâmica desempenha um papel essencial em Monza. As equipes reduzem ao máximo o arrasto, utilizando asas menores para maximizar a velocidade nas retas, um desafio que torna o acerto dos carros algo único dentro da temporada.

Quais momentos históricos marcaram a trajetória de Monza?
Ao longo das décadas, Monza foi palco de vitórias épicas e tragédias que moldaram a história da Fórmula 1. Em 1967, John Surtees venceu com uma ultrapassagem a poucos metros da linha de chegada. Em 1971, a corrida terminou com cinco carros separados por menos de um segundo, um dos finais mais apertados da categoria.
Outro episódio inesquecível ocorreu em 1988, quando Gerhard Berger venceu pela Ferrari apenas semanas após a morte de Enzo Ferrari, em uma das vitórias mais emocionantes para os tifosi. Em anos recentes, a vitória de Pierre Gasly em 2020 trouxe novo brilho ao circuito, provando que Monza continua capaz de surpreender.
Como o circuito evoluiu sem perder sua identidade?
Desde os anos 1950, Monza passou por diversas modificações para aumentar a segurança, mas manteve a essência de pista veloz. O traçado original incluía um anel de alta velocidade com curvas inclinadas, usado até os anos 1960. Com o avanço das normas de segurança, chicanes e áreas de escape foram introduzidas, especialmente após acidentes graves nas décadas seguintes.
Apesar dessas mudanças, o espírito da pista permanece intacto. As arquibancadas lotadas, o som inconfundível dos motores e o clima de festa italiana garantem que cada Grande Prêmio de Monza seja um evento singular, carregado de emoção e história.
Qual é o papel de Monza para o automobilismo mundial?
Mais do que uma pista, Monza representa a alma do automobilismo. É onde tradição e inovação convivem, atraindo fãs de todas as partes do mundo. O circuito também simboliza a força da Itália na Fórmula 1, sendo palco da equipe Ferrari, cuja ligação emocional com o público local torna o evento um espetáculo cultural além da corrida.
No contexto global, Monza é uma lembrança viva das origens do esporte. Mesmo com a expansão da Fórmula 1 para novos mercados e pistas modernas, o autódromo italiano permanece essencial, reafirmando que a história ainda é um dos principais motores da competição.
O que a permanência de Monza ensina sobre a Fórmula 1?
A presença quase ininterrupta de Monza desde 1950 mostra que tradição e modernidade podem coexistir. Enquanto muitas pistas entram e saem do calendário, o circuito italiano continua sendo um ponto de encontro entre gerações de fãs e pilotos. Sua longevidade é prova de que, em meio à evolução tecnológica, o automobilismo ainda se sustenta em valores como paixão, desafio e respeito pela história.
Ao ouvir o rugido dos motores ecoando sob as árvores do Parque Real de Monza, é impossível não sentir o peso de mais de setenta anos de história. O “Templo da Velocidade” não é apenas o único circuito que está na Fórmula 1 desde 1950, é o símbolo de tudo o que faz desse esporte uma celebração eterna da velocidade e da emoção.





