A transição de atleta para proprietário ou acionista é motivada por diversos fatores. Além de manterem laços com o esporte que marcou suas carreiras, muitos veem no investimento um modo de participar da gestão, influenciar decisões e garantir estabilidade financeira.
Quem são os principais ex-jogadores donos ou acionistas de clubes?
Entre os casos mais conhecidos está Ronaldo Fenômeno, que já comprou parte majoritária do Real Valladolid e teve participação no Cruzeiro. Outro exemplo é David Beckham, dono do Inter Miami CF e investidor no Salford City, da Inglaterra.
Há ainda Gerard Piqué, que adquiriu o FC Andorra, e Zlatan Ibrahimović, co-proprietário do Hammarby Fotboll, da Suécia. Esses exemplos ilustram que o fenômeno não se restringe a um país: trata-se de atletas que viram o futebol como negócio e influência contínua.

Como a participação de ex-jogadores muda a dinâmica dos clubes?
Quando um ex-jogador assume posição de dono ou sócio, ele traz visibilidade e experiência de campo, o que pode atrair parcerias e investimentos. Essa presença reforça a marca do clube e facilita estratégias de marketing e expansão.
Por outro lado, gerir um clube exige conhecimento de finanças e operação esportiva. O impacto depende da forma como o ex-jogador se envolve — ativo na gestão ou apenas como figura simbólica. Persistência e competência fazem a diferença.
Quais riscos e desafios existem nessa transição para empresário?
Investir em um clube envolve riscos elevados. A variação de receitas de bilheteria, patrocínios e transmissões pode afetar resultados. Além disso, problemas estruturais exigem capital e gestão eficiente.
Outro desafio é equilibrar o papel simbólico do ex-jogador com a necessidade de liderar ou contratar quem liderará o clube. Sem estratégia e execução, o investimento pode não gerar retorno e se tornar um ônus.
Quais ex-jogadores brasileiros lideram esse movimento no país?
No Brasil, o fenômeno também se manifesta, embora ainda de forma limitada. Atletas como Felipe Melo já demonstraram interesse em participar de clubes via SAF, como o Americano de Campos, no Rio de Janeiro.
Esse movimento tende a crescer à medida que o modelo de clube-empresa se consolida. Assim, ex-jogadores podem investir no futebol local e estruturar projetos sustentáveis de longo prazo.
Quais lições podemos tirar com esse fenômeno no mundo do futebol?
A trajetória de ex-jogadores que se tornam donos de clubes demonstra que a carreira pode se estender além das quatro linhas e se transformar em legado empresarial. Com planejamento, cada investimento pode gerar impacto esportivo, social e econômico.
O futuro do futebol parece apontar para um cenário onde mais atletas não apenas jogam, mas também possuem e lideram clubes — unindo paixão, estratégia e gestão em um mesmo campo.





