A lesão ocorreu durante um treino da seleção da Espanha, em preparação para a Eurocopa de 2022. Alexia Putellas sofreu a ruptura total do ligamento cruzado anterior, uma das lesões mais temidas no esporte, pois compromete a estabilidade do joelho e exige longo período de afastamento. O caso chamou atenção pela gravidade e pelo risco real de encerrar uma carreira em seu auge.
Durante a cirurgia, a equipe médica reconstruiu o ligamento com enxerto de tendão, etapa fundamental para garantir o suporte estrutural necessário. A fase pós-operatória marcou o início de uma jornada intensa de fisioterapia, dividida entre a clínica do clube e o centro de reabilitação da seleção nacional.
Como a fisioterapia estruturou a recuperação da atleta?
O processo de reabilitação foi dividido em fases planejadas com precisão. Inicialmente, o foco foi reduzir dor e inflamação, restabelecendo a mobilidade articular. Em seguida, os fisioterapeutas introduziram exercícios de ativação muscular e fortalecimento do quadríceps e dos glúteos, essenciais para a estabilidade do joelho.
Na etapa intermediária, o trabalho concentrou-se na reeducação motora e na melhora da propriocepção, isto é, na capacidade do corpo de reconhecer a posição e o movimento dos membros. Essa fase foi determinante para que Alexia Putellas readquirisse confiança e equilíbrio. Somente após atingir esses marcos clínicos, ela iniciou o treino de corrida e o contato progressivo com bola.

Qual foi o papel psicológico na recuperação de Alexia Putellas?
A fisioterapia não atuou isoladamente. O acompanhamento psicológico foi parte indispensável da reabilitação, pois lesões dessa magnitude afetam não apenas o corpo, mas também a autoconfiança. Alexia Putellas relatou momentos de dúvida, medo de recidiva e ansiedade para voltar a competir. A integração entre fisioterapeutas e psicólogos esportivos permitiu um retorno gradual e seguro, respeitando o tempo do corpo e da mente.
A atleta manteve também um programa de fortalecimento global, com treinos de resistência e equilíbrio postural. Isso foi essencial para evitar compensações musculares, comuns em atletas que voltam às atividades após longos períodos de inatividade.
Como a fisioterapia preveniu novas lesões?
O protocolo de recuperação foi além da cura imediata. A equipe médica adaptou o treinamento de Alexia Putellas para prevenir novas ocorrências, com foco em controle de carga e correção biomecânica. A jogadora passou por análises de movimento em alta velocidade e teve seu gesto técnico ajustado para reduzir o impacto nas articulações.
Esse processo não só evitou recidivas, como também melhorou sua performance atlética. O retorno aos gramados foi gradual e monitorado, seguindo critérios objetivos de força, mobilidade e estabilidade. Cada etapa foi validada por testes funcionais que garantiram segurança antes de cada avanço.
Qual foi o impacto da reabilitação na carreira de Alexia Putellas?
Cerca de dez meses após a cirurgia, a jogadora voltou a atuar com o Barcelona Femení, mantendo o mesmo nível técnico que a consagrou como uma das melhores do mundo. O retorno consolidou a fisioterapia como protagonista silenciosa de uma recuperação histórica.
O caso de Alexia Putellas se tornou referência para fisioterapeutas esportivos e clubes profissionais. Mostrou que a reabilitação eficiente não depende apenas da técnica, mas da integração entre corpo, mente e planejamento. O acompanhamento contínuo, aliado à disciplina da atleta, foi determinante para transformar um cenário crítico em uma vitória sobre os próprios limites.
O que podemos aprender com o caso de Alexia Putellas?
A trajetória de Alexia Putellas é um exemplo de que a fisioterapia moderna vai muito além da recuperação física. Ela representa um elo entre ciência e desempenho, capaz de devolver não apenas a força, mas a confiança necessária para competir em alto nível.
O caso reforça a importância de protocolos individualizados, baseados em evidências científicas e ajustados à realidade de cada atleta. No futebol feminino, onde as lesões ligamentares são mais frequentes, o exemplo da jogadora inspira novas abordagens preventivas e reafirma o papel vital da fisioterapia na longevidade esportiva.