O tradicional clube italiano Brescia encerrou oficialmente suas atividades após declarar falência devido a uma dívida de cerca de R$ 19 milhões.
O valor chamou atenção por ser considerado pequeno no contexto atual do futebol, especialmente quando comparado à realidade financeira de clubes brasileiros.
Falência do Brescia escancara os limites da gestão esportiva europeia
Brescia disputou a Série A italiana pela última vez em 2019/2020, mas não resistiu à pressão financeira nos anos seguintes. A dívida foi considerada impagável dentro das regras da Itália e levou ao fechamento definitivo do clube.
O caso evidencia como a legislação esportiva europeia trata com rigor situações de inadimplência e desequilíbrio fiscal, forçando medidas drásticas mesmo para valores que seriam administráveis em outros mercados.
Por que clubes brasileiros não fecham por dívidas ainda maiores?
Clubes brasileiros operam sob um modelo mais flexível de gestão e legislação, o que permite sobreviver mesmo com altos passivos acumulados.
- Renegociações com credores estendem prazos e parcelam dívidas
- Recuperação judicial evita encerramento imediato das atividades
- Projetos esportivos seguem em andamento mesmo com inadimplência
- Não há fiscalização rigorosa que imponha punições imediatas

R$ 19 milhões: por que esse valor é considerado “baixo” no Brasil?
Dívidas de clubes no Brasil frequentemente ultrapassam R$ 100 milhões, e ainda assim essas equipes continuam ativas em campeonatos nacionais e internacionais.
Para efeito de comparação, diversos times tradicionais convivem com déficits anuais superiores ao montante que levou o Brescia à falência, contando com torcidas engajadas e acordos de mídia que garantem receita mesmo em crise.
Exemplos que reforçam o contraste entre Europa e Brasil
Diferenças estruturais entre os sistemas tornam esse tipo de comparação ainda mais interessante. A tabela abaixo resume o cenário:
- Brescia: dívida de R$ 19 milhões, levou à falência imediata
- Clubes brasileiros: dívidas muito maiores, seguem em atividade e recebendo investimentos
Atenção: a legislação italiana exige demonstração constante de solvência financeira. Já no Brasil, o passivo pode ser reestruturado por décadas, sem que isso afete a participação nos campeonatos.
O que o caso Brescia nos ensina sobre modelos de gestão no futebol
Contrastes de gestão como esse evidenciam a necessidade de uma reflexão sobre a sustentabilidade dos clubes no longo prazo. A disciplina europeia prioriza equilíbrio financeiro, enquanto a flexibilidade brasileira permite maior margem para erros — e também para oportunidades.
Esse cenário abre espaço para discussões sobre reformas no futebol brasileiro, que busquem conciliar responsabilidade fiscal com desenvolvimento esportivo duradouro.