A trajetória de Aron Roichman no Jiu-Jitsu começou em 1993, quando, incentivado por amigos, decidiu trocar o Muay Thai pela arte suave. Entre esses amigos estavam nomes que se tornaram expoentes do esporte, como Léo Vieira e Rodrigo Comprido. Ele também teve contato com judocas de alto nível, como Gabriel Cardoso e Alexandre Garcez, que fizeram parte desse ciclo de aprendizado.
“Comecei efetivamente o Jiu-Jitsu com o mestre Sérgio Bolão. Treinei com ele de branca até a faixa-preta. Mas nessa caminhada eu tive o privilégio de aprender também com os mestres Murilo Bustamante e Júlio César Pereira, da GFTeam. Todos foram fundamentais na minha caminhada até a faixa-preta, mas o Bolão foi o que me guiou durante toda a minha jornada”, relembra Aron.
Desde a faixa azul, Aron já era requisitado pelo mestre Bolão para ensinar posições básicas a iniciantes. Na faixa roxa, iniciou um ciclo intenso de aulas particulares. “Após quatro meses de aulas privadas, meu primeiro aluno, Luiz Eduardo Garutti, se consagrou campeão brasileiro na categoria master faixa-azul. Cheguei a ter seis alunos particulares ao mesmo tempo”, destaca.
Além das aulas particulares, Aron também trabalhou como professor em academias renomadas no Rio de Janeiro. Entre 2001 e 2003, lecionou na Academia Corpo 4, sob supervisão do mestre Bolão e de Álvaro Barreto. Mais tarde, entre 2015 e 2017, integrou a equipe da Academia Pitbull Rio das Ostras, ao lado do Professor Thiago Carvalho, contribuindo para o desenvolvimento de diversos atletas.

Em dezembro de 2000, ele conquistou a tão sonhada graduação da faixa-preta pelas mãos de Sérgio “Bolão” Souza. Paralelamente à carreira nos tatames, Roichman se formou em Gestão de Recursos Humanos, mas sempre manteve o Jiu-Jitsu como prioridade. “O Jiu-Jitsu sempre foi o projeto número 1 na minha vida, mas por necessidade de sustentar a família eu tive que deixar um pouco na gaveta em alguns momentos”, explica.
Aron construiu uma trajetória sólida como competidor, conquistando títulos expressivos no cenário nacional e internacional. Entre suas conquistas estão o título Brasileiro na faixa-roxa, em 1996, o título Brasileiro por equipes, em 1995 ainda de faixa azul, campeão da Copa Serrana, já de faixa-preta, onde ganhou o peso e foi vice no absoluto, e, mais recentemente o título do Miami International Open de Jiu-Jitsu e o bronze no Pan-Americano de Jiu-Jitsu da IBJJF.
Entre os momentos mais marcantes, ele destaca o título Brasileiro da CBJJ ainda na faixa roxa. “Ganhei o campeonato e fui eleito o atleta mais técnico da categoria. Logo depois, conquistei minha bolsa de estudos na faculdade. Foi uma fase inesquecível.”

Trabalho como professor e compromisso social
Além da carreira nos tatames e como árbitro de diversas competições, Aron mantém participação em ações sociais. “Participo de distribuições de alimentos para os mais necessitados, arrecadamos doações para entregar na igreja e também realizamos trabalhos voluntários na Family Church. É uma forma de devolver um pouco do que recebemos.”
Com um histórico que combina vitórias, ensino e compromisso social, Aron Roichman segue mostrando que o Jiu-Jitsu é muito mais que uma modalidade esportiva: é uma ferramenta de transformação de vidas, dentro e fora dos tatames. “O trabalho como professor vai muito além de formar campeões, pois multiplicamos conhecimento e impactamos de várias formas a vida de outras pessoas”, concluiu.