O projetista de circuitos da Fórmula 1 é o responsável por transformar terrenos em palcos de espetáculo. Ele precisa alinhar requisitos técnicos da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), aspectos de segurança e, ao mesmo tempo, garantir que o traçado proporcione ultrapassagens e emoção para o público.
Além do desenho da pista, esses profissionais também trabalham na integração do circuito com a cidade-sede, considerando impacto urbano, acessibilidade e questões ambientais. É um trabalho que mistura engenharia civil, arquitetura e criatividade.
Quanto ganha uma pessoa que desenha circuitos para a F1?
Os salários desses profissionais variam conforme a experiência e a complexidade do projeto. Em média, especialistas podem receber entre R$ 500 mil e R$ 2 milhões por projeto, considerando honorários, consultorias e participação em revisões técnicas. Em contratos de longo prazo, valores anuais ultrapassam facilmente R$ 3 milhões.
Esse patamar coloca o cargo entre os mais valorizados da indústria do automobilismo, embora o número de profissionais seja extremamente reduzido. Figuras como Hermann Tilke, o arquiteto alemão responsável pela maioria dos circuitos modernos, simbolizam a exclusividade dessa função.

Quais são as etapas do trabalho de criação de um circuito?
O desenvolvimento de uma pista começa com estudos de viabilidade e análise do terreno. Depois, o traçado inicial é definido em softwares de simulação que testam curvas, retas e pontos de ultrapassagem. Em seguida, entram em cena os cálculos de engenharia estrutural e o planejamento de áreas de escape.
Por fim, há a etapa de aprovação da FIA, que inclui simulações com pilotos virtuais e inspeções técnicas antes do início das obras. Esse processo pode durar de dois a cinco anos, dependendo da complexidade do projeto e dos investimentos disponíveis.
Quem foram os nomes mais marcantes no design de pistas de F1?
Embora Hermann Tilke seja o nome mais conhecido dos últimos anos, outros arquitetos marcaram a história da Fórmula 1. John Hugenholtz, por exemplo, projetou pistas lendárias como Suzuka, no Japão, considerada uma das mais desafiadoras do calendário.
Esses profissionais ajudaram a transformar o automobilismo em um espetáculo global, criando pistas que equilibram tradição, inovação e desafios técnicos. Seu trabalho vai muito além de linhas no papel: é a construção de cenários que definem a história do esporte.
Quais mitos cercam a remuneração desses especialistas?
Muitos acreditam que esses profissionais recebem salários fixos anuais semelhantes aos de engenheiros de equipes. Na prática, a remuneração depende de contratos específicos, geralmente milionários, que variam conforme a escala do projeto. Outro equívoco comum é imaginar que muitos profissionais atuam nesse setor. Na realidade, o número é reduzido, e apenas alguns arquitetos e engenheiros têm acesso a contratos internacionais de alto nível.
Esse caráter exclusivo aumenta ainda mais o valor do trabalho e explica por que a remuneração é tão elevada.
Qual é o impacto da criação de circuitos para o futuro da Fórmula 1?
O design de pistas influencia diretamente a atratividade do esporte. Circuitos bem desenhados aumentam as chances de ultrapassagens, equilibram desempenho de carros e elevam a experiência do público. Além disso, a tendência atual é priorizar projetos sustentáveis, que reduzam impacto ambiental e integrem mobilidade urbana moderna.
A próxima geração de circuitos deverá unir inovação tecnológica, respeito ao meio ambiente e foco na experiência dos fãs, mostrando que o trabalho desses profissionais será ainda mais estratégico.
O que podemos aprender com a profissão de designer de circuitos?
A atuação de quem desenha pistas para a Fórmula 1 mostra que o esporte não se limita aos pilotos e equipes. Profissionais como arquitetos e engenheiros especializados são fundamentais para manter a competição segura, emocionante e relevante em escala global.
O fato de que um número tão restrito de especialistas ocupa esse espaço reforça o valor da expertise e da visão estratégica em áreas de nicho. A carreira prova que, mesmo fora das pistas, há oportunidades de transformar o rumo do automobilismo mundial.