A Sauber, tradicionalmente apontada como a equipe mais fraca do início da temporada 2025 da Fórmula 1, protagonizou uma virada surpreendente. Enquanto muitos apostavam num período de espera até a entrada da Audi em 2026, alimentado por um novo regulamento técnico, o time suíço deu demonstrações claras de evolução ainda em 2025. Com Nico Hulkenberg e Gabriel Bortoleto, a equipe já soma oito presenças entre os dez primeiros, incluindo um pódio inesquecível de Hulkenberg no GP da Grã-Bretanha, totalizando 51 pontos até agora.
Muito do sucesso recente da Sauber está atrelado à chegada de Mattia Binotto, ex-chefe da Ferrari, que assumiu o comando das operações do projeto Sauber-Audi em agosto de 2024. Inicialmente, sua contratação foi cercada de dúvidas: críticos apontavam um time estagnado, à espera apenas do novo ciclo técnico. Binotto, entretanto, identificou rapidamente o cenário de inércia e propôs mudanças urgentes, já gerando efeitos palpáveis nos meses seguintes.
Como a liderança de Binotto e novas contratações transformaram a Sauber?
A saída de Fred Vasseur para a Ferrari havia deixado a Sauber com dificuldades organizacionais e sem um rumo definido de desenvolvimento. Binotto ocupou um papel crucial ao diagnosticar as fragilidades do time e sugerir transformações estruturais e estratégicas. Com metas claras para resultados imediatos, apostou em um plano que visasse tanto o presente quanto a preparação para o futuro. Neste contexto, a chegada de Jonathan Wheatley, ex-Red Bull, fortaleceu a estrutura e injetou energia nova ao ambiente de trabalho.
A combinação de experiencia de Binotto com a visão de Wheatley trouxe ainda a integração mais eficaz de departamentos técnicos e operacionais. O resultado foi uma comunicação mais fluida, objetivos mais ambiciosos e maior motivação interna. Além disso, a parceria com fornecedores locais para agilidade em atualizações representou outra inovação relevante implementada pela nova gestão.

De que forma as atualizações e o trabalho coletivo tiraram a Sauber da lanterna?
A mudança de rota ficou evidente a partir do GP da Espanha, quando Hulkenberg conquistou um expressivo quinto lugar. O resultado não foi isolado: atualizações constantes seguiram surgindo em pistas exigentes como Áustria e Silverstone, marcando a arrancada da Sauber para longe da zona da lanterna. O esforço coletivo e a união da equipe renderam performances sólidas também em circuitos tradicionalmente desfavoráveis, como Hungaroring, reforçando o momento positivo.
Além dos resultados em pista, a Sauber passou a contar com processos de análise de dados mais avançados, que permitiram desenvolvimento mais assertivo das peças do carro. Isso trouxe não apenas confiabilidade, mas também a flexibilidade para adaptar o pacotamento aerodinâmico conforme cada circuito, favorecendo as chances de pontuação consistente.
O ambiente interno da Sauber mudou? Como isso facilita bons resultados?
Mais do que avanços técnicos no carro, a transformação da Sauber aconteceu também no aspecto humano e no clima organizacional. Segundo Jonathan Wheatley, o ambiente interno se tornou mais agregador, criativo e otimista após a chegada de Binotto e pela integração eficaz de James Key, diretor técnico. O novo dinamismo e espírito de colaboração resultaram numa equipe mais forte, empenhada em continuar surpreendendo.
A dedicação com treinamentos internos, participação dos funcionários nas decisões estratégicas e programas de incentivo pessoal criaram um clima mais motivador e resiliente. Essa abordagem resultou não apenas em rendimento esportivo, mas também em menor rotatividade de membros no time e maior engajamento com os objetivos traçados.
O que esperar da Sauber para o restante de 2025 e qual o impacto para 2026?
Enquanto a maior parte do grid já está de olho no projeto de 2026, a Sauber mantém o foco em extrair o melhor de 2025. Ainda que as oportunidades para grandes atualizações estejam se esgotando, o impulso interno e o moral elevado criam expectativas por mais momentos de destaque nesta temporada. A guinada da Sauber em menos de um ano com Binotto à frente é um caso claro da força de uma gestão ativa, capaz de potencializar talentos e mirar o progresso agora, ao mesmo tempo em que consolida a base para um futuro ambicioso ao lado da Audi.
Com a Audi próxima de ingressar oficialmente na Fórmula 1, a lógica de manter um desenvolvimento agressivo no presente pode ser decisiva para uma transição mais forte em 2026. O aprendizado, a confiança e as estruturas ajustadas criam as bases para que a Sauber, futura equipe Audi, chegue competitiva e preparada para os novos desafios técnicos e, quem sabe, para entrar definitivamente na briga pelas primeiras posições do campeonato.
Como a torcida e patrocinadores reagem ao novo momento da Sauber?
O ressurgimento da Sauber tem agradado tanto aos fãs quanto aos patrocinadores. O crescimento no número de torcedores nas redes sociais e a boa presença da equipe em eventos públicos demonstram que a fase positiva já gera engajamento espontâneo. O ambiente de otimismo também atraiu o interesse de novos apoiadores e parceiros, vislumbrando retorno de imagem e exposição crescente.
Alguns sponsors tradicionais ampliaram seus investimentos, confiantes na nova filosofia e na visão de longo prazo estabelecida sob a direção de Binotto. Com desempenho sólido na pista e uma estrutura profissionalizada, a Sauber reforça sua imagem de equipe renovada e pode capitalizar ainda mais nas próximas temporadas, aumentando sua influência dentro e fora do paddock.