A saída de Christian Horner do comando da equipe de Fórmula 1 da Red Bull Racing pode gerar um dos maiores custos de rescisão já vistos na categoria. Segundo o jornal inglês The Telegraph, a demissão do britânico de 51 anos, anunciada nesta quarta-feira (9), poderá custar à equipe austríaca mais de 50 milhões de libras — valor superior a R$ 374 milhões — em compensação contratual.
As cifras totais podem atingir 60 milhões de libras (pouco mais de R$ 449 milhões), já que Horner tinha contrato até o fim de 2030, com salário anual estimado em quase 9 milhões de libras (cerca de R$ 67 milhões). O The Telegraph destaca que o acordo assinado anteriormente previa mais cinco anos de vínculo, o que amplia significativamente o valor a ser pago pela Red Bull.
Motivos para a saída de Christian Horner
De acordo com o italiano Corriere della Sera, a decisão da Red Bull foi influenciada por uma série de fatores, incluindo o alto salário do chefe de equipe e decisões criticadas pela cúpula, como a renovação de contrato com Sergio Pérez para 2024 — seguida pela previsão de dispensa no fim do mesmo ano — e a promoção de Liam Lawson da RB.
A publicação italiana também cita tensões internas sobre o futuro do time frente ao novo regulamento da Fórmula 1. As discussões envolveriam estratégias de longo prazo para manter o desempenho dominante da equipe.
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Escândalos e disputas internas
Os últimos meses de Christian Horner à frente da Red Bull foram marcados por escândalos e conflitos de bastidores. Ele foi acusado de conduta imprópria por uma ex-funcionária, em um caso que gerou forte repercussão na mídia. Embora tenha sido inocentado após investigação interna realizada pela Red Bull em fevereiro de 2024, o episódio alimentou desconfianças e críticas de rivais como McLaren e Mercedes.
Além disso, o caso agravou a já tensa relação de poder dentro da equipe, envolvendo o consultor Helmut Marko e a família de Max Verstappen. Segundo reportagens, Horner enfrentou uma disputa de influência contra Marko, que tinha o apoio de Jos Verstappen, pai do bicampeão mundial.
“Jos chegou a cobrar a saída imediata de Horner devido ao caso que abalou o extra-pista da RBR no início do ano passado. Max, por sua vez, saiu em defesa do pai e também de Marko, sugerindo que poderia deixar a equipe caso o consultor austríaco fosse demitido”, diz o texto.
Decisão partiu da matriz austríaca
De acordo com a Sky Sports, a decisão de demitir Horner foi tomada pelos diretores da empresa controladora da equipe em Salzburg, na Áustria. Ele teria sido avisado da demissão na terça-feira. Já na manhã de quarta-feira, pouco antes do anúncio oficial, Horner foi até a fábrica de Milton Keynes, no Reino Unido, para se despedir dos funcionários. Segundo relatos, o último encontro foi marcado por emoção e lágrimas do agora ex-chefe de equipe.
Legado de Christian Horner na RBR
Christian Horner chegou à Red Bull Racing em 2005 e se tornou o chefe de equipe mais longevo da Fórmula 1. Sob seu comando, a equipe austríaca alcançou um período de sucesso histórico: foram oito títulos de pilotos, seis de construtores, 124 vitórias e 287 pódios em 405 Grandes Prêmios disputados.