Em entrevista ao programa Alt Tabet, o presidente do São Paulo Futebol Clube, Julio Casares, abordou temas importantes relacionados ao futuro do clube, entre eles a possibilidade de transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF), parcerias empresariais e a dívida acumulada pelo Tricolor. As declarações do dirigente refletem um cenário de reflexão estratégica em meio à modernização do futebol brasileiro.
Casares afirmou que, apesar de enxergar benefícios no modelo de SAF, o São Paulo ainda resiste à mudança. Para o presidente, é fundamental pensar em um modelo de gestão que priorize o futebol, sem necessariamente aderir integralmente à SAF.
“A SAF não é um milagre, mas acredito que o melhor modelo é algo que priorize a gestão do futebol. Não posso dizer que o São Paulo vai virar uma SAF pura, mas é uma tendência que, se o São Paulo não tiver algum acordo empresarial, ele vai competir menos”, destacou. Segundo o dirigente, mesmo os clubes que resistem à SAF precisarão buscar um modelo empresarial competitivo para não ficarem para trás.
Julio Casares, presidente do São Paulo, em entrevista ‘Alt Tabet’, do Canal UOL, admite que a tendência futura é que o São Paulo se torne uma SAF.
“A SAF não é um milagre, mas acredito que o melhor modelo é algo que priorize a gestão do futebol. Não posso dizer que o SPFC vai… pic.twitter.com/kuIrH6zq0c
— LIBERTA DEPRE (@liberta___depre) June 4, 2025
Parceria com Marinakis mira investimento em Cotia
Casares revelou estar próximo de fechar um acordo com o empresário grego Evangelos Marinakis, dono do Olympiacos e do Nottingham Forest. O investimento seria direcionado ao Centro de Formação de Atletas de Cotia, com o objetivo de impulsionar as categorias de base do Tricolor.
O acordo prevê que Marinakis passe a ter participação nos direitos econômicos de jovens promessas do clube, sem, no entanto, adquirir o controle da base são-paulina. “Eu acredito que o São Paulo e qualquer outro clube tem que ter parcerias cada vez mais empresariais. Se é SAF ou outro modelo, vamos pensar. Hoje existe um novo mercado que precisa ter dinheiro: o jogador que vale muito hoje é aquele garoto de 17 a 22 anos, é o mercado prioritário”, explicou o presidente.
Dívida do São Paulo supera R$ 968 milhões, mas Casares projeta recuperação
O dirigente também comentou sobre a dívida do clube, que subiu de R$ 856 milhões em 2023 para R$ 968,2 milhões em 2024 — um aumento de R$ 112,2 milhões em um ano. O balanço financeiro completo será divulgado em breve, mas Casares indicou que o objetivo é estabilizar as contas até o fim da década.
“Em 2027, 2028 o SPFC começa a dar os primeiros passos para disputar jogadores importantes com outros clubes com mais dinheiro em caixa, como o Palmeiras. Mas em 2030, no ano do centenário, o SPFC será um grande clube”, projetou.
