Lucas Moura, um dos principais jogadores do São Paulo, voltou a falar sobre os gramados sintéticos. Na semifinal do Paulistão, em 10 de março, o Tricolor enfrentou o Palmeiras no Allianz Parque — estádio com gramado artificial —, e o camisa 7 sofreu um trauma no joelho que o afastou dos gramados por cerca de sete semanas, o atacante só voltou a atuar na última sexta-feira, 2, contra o Fortaleza.
“É difícil cravar que o gramado sintético causou a lesão. Não tem como saber. O que posso afirmar é que foi um impacto muito grande. Os médicos me disseram que foi um ‘trauma de painel’, como eles chamam, ‘lesão de painel’. É como quando você está dirigindo um carro, bate, e o painel do carro atinge com força o joelho”, explicou.
“Foi isso o que aconteceu. Quando caí, bati muito forte no chão, e isso causou muita dor. No dia seguinte, eu nem conseguia dobrar a perna direito. Porém, é difícil saber se, em um gramado natural, teria menos impacto ou não. São coisas que não temos como cravar”, concluiu.
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Lucas é firme contra os sintéticos
Lucas foi um dos principais nomes no movimento contra os gramados artificiais no Brasil, ao lado de jogadores como Neymar, Gabigol, Thiago Silva, Philippe Coutinho e Memphis Depay. Assim, ao ser questionado sobre o movimento, o atacante destacou que não se trata de uma disputa contra clubes específicos, mas sim de uma defesa da qualidade do espetáculo:
“Levaram como uma briga contra os times que têm sintético, como Palmeiras, Botafogo e outros. Eles não têm culpa. Estão no direito deles, está tudo certo. Mas puxaram para esse lado, o que não foi legal. Envolveram o clubismo. Nosso ponto é totalmente técnico. Na nossa visão, e talvez na da maioria dos jogadores, esse tipo de gramado muda completamente o jogo. É outro estilo, outro futebol, quase outro esporte. Nosso ponto foi justamente esse, mas ficamos um pouco de mãos atadas”, afirmou.
Além disso, Lucas também comparou a situação com a realidade das grandes ligas europeias, que não utilizam gramados sintéticos:
“Ter gramado sintético em um futebol tão importante quanto o nosso desvaloriza o esporte. Nenhuma das principais ligas usa gramado sintético, e acho que a gente tem condições de manter bons gramados naturais. Vi muita gente dizendo que prefere sintético a um natural ruim. Na minha opinião, na Série A não há nenhum gramado tão ruim a ponto de justificar o uso de sintético. Se houver um, dois ou três no máximo, é mais fácil cuidar desses campos do que adotar o sintético. Acho que o futebol brasileiro tem força para isso. Mas agora, é esperar os próximos capítulos.”
Dessa forma, coincidência ou não, além da lesão de Lucas, o São Paulo sofreu outra baixa importante em gramado sintético: Jonathan Calleri. Ele rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo no Estádio Nilton Santos, e ficará fora de toda a temporada.
