Neste final de semana, Alexandre Pantoja levou a melhor sobre Kai Asakura no UFC 310. O brasileiro, que vinha de seis vitórias consecutivas, manteve a boa fase e anulou o estreante japonês na disputa em Las Vegas. A terceira defesa de título veio na luta principal do card. “Este é o nível do UFC. Você acha que algum (lutador) japonês vai vir aqui e pegar meu cinturão? Não. Quando o octógono estiver fechado, esta é minha cidade, esta é minha cidade”, celebrou o brasileiro após o título.
O técnico de Pantoja, inclusive, já havia enaltecido o físico do lutador antes do embate: “Acho que ele está em ótima forma. Ele está melhorando, está mais maduro, seu condicionamento também está melhor. E acho que esse camp foi um dos melhores que já tivemos. Foi um camp longo, mas foi um camp inteligente, sem lesões, e ele está pronto para a luta”.
No início do segundo round, Pantoja impôs pressão com ataques em pé e transições rápidas. Após acertar uma sequência nas pernas de Asakura, o japonês tentou se defender, mas um movimento estratégico do campeão mudou o rumo da luta. Aproveitando a oportunidade, o brasileiro rapidamente mirou as costas do adversário.
Apesar de Asakura resistir inicialmente e impedir a passagem completa dos ganchos, Pantoja mostrou frieza e técnica. Com um movimento habilidoso, Pantoja derrubou o oponente, fechou o cadeado na linha de cintura e trabalhou para finalizar. Faltando quase quatro minutos para o fim do round, o brasileiro posicionou o braço no pescoço de Asakura e, sem deixar brechas, aplicou o mata-leão que garantiu mais uma vitória memorável. O japonês foi colocado para dormir, consolidando a força do campeão.
Quem é Alexandre Pantoja?
Nascido e crescido em um bairro humilde de Arraial do Cabo, na costa do Rio de Janeiro, o lutador precisou lidar desde cedo com o alcoolismo de seu pai. Assim, encontrou um refúgio no universo das lutas. Quando Pantoja percebeu que seu talento demandava grandes estruturas, passou a treinar na capital fluminense, a três horas de casa.
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Assim, Alexandre trabalhou em diversas funções para manter o seu sonho vivo, como pedreiro, garçom e guia turístico. Entre 2007 e 2013, disputou ligas menores, como Watch Out Combat Show e Shooto Brazil, conseguindo um cartel de 16 lutas e somente duas derrotas.
Posteriormente, Pantoja foi para os Estados Unidos e, sem dinheiro para o aluguel na sua primeira ida, dormiu por um mês na academia em que treinava. O lutador brasileiro se sagrou campeão do peso-mosca do RFA em 2015, além de ter faturado uma vaga na edição de 2016 do The Ultimate Fighter.
Ainda com dificuldades financeiras e logísticas, que foram agravadas pela pandemia, Alexandre teve sua virada de chave na luta com Brandon Royval, em agosto de 2021: ele venceu por finalização no segundo round e mostrou que merecia a oportunidade de desafiar o título dos moscas.
A decisão foi adiada devido a uma lesão no joelho. Um ano depois, Pantoja retornou às disputas para finalizar Alex Perez e, depois, o então campeão Brandon Moreno, depois de cinco rounds, em julho de 2023. Após o triunfo, ele ainda fez duas defesas de título, todas bem-sucedidas.