Com o objetivo de proteger ecossistemas costeiros essenciais, quatro praias brasileiras foram recentemente reconhecidas como Reservas Nacionais de Surfe. As praias privilegiadas são: Francês, em Marechal Deodoro (AL), Itamambuca, em Ubatuba (SP), Regência, em Linhares (ES), e Moçambique, em Florianópolis (SC). Essa ação é fruto de uma parceria entre o Instituto Aprender Ecologia e a Conservação Internacional (CI-Brasil).
Formação da Rede Brasileira de Reservas de Surfe
As praias selecionadas agora integram a recém-criada Rede Brasileira de Reservas de Surfe. O objetivo principal é proteger ambientes marinhos e assegurar que as áreas sirvam tanto para o surfe quanto para manter seus valores ambientais e culturais. Entre cinco candidatas, apenas quatro foram escolhidas com base em critérios relacionados à qualidade das ondas, características socioecológicas e a cultura local, além do engajamento comunitário.
Critérios para Seleção e Estrutura de Governança
A seleção das praias foi baseada numa série de critérios que incluíram a qualidade das ondas, as características ecológicas e o engajamento da comunidade local. Cada praia deverá criar um comitê gestor que desenvolverá um plano de metas e gerenciará eventos comemorativos para oficializar a designação, válida inicialmente por dois anos.
Benefícios Ambientais e Econômicos
A proposta vai além da proteção ambiental, buscando também impulsionar o desenvolvimento econômico local. Como destacou Mauricio Bianco, vice-presidente da CI-Brasil, as áreas de surfe têm papel vital no sequestro de carbono, auxiliando no combate à crise climática. Além disso, geram empregos e impulsionam a economia através do turismo e práticas regenerativas.
Modelo de Conservação Internacional
A iniciativa no Brasil é inspirada em modelos internacionais, como os da Austrália e do programa Mundial de Reservas de Surfe. No âmbito global, o Brasil já participa com a Guarda do Embaú (SC). A expectativa é que outras praias também sejam incluídas nesse modelo que promove o turismo de forma responsável e protegida.
Essas escolhas evidenciam a preocupação crescente com a conservação costeira e demonstram como o surfe pode estimular a economia enquanto ajuda a proteger recursos naturais. Portanto, as Reservas Nacionais de Surfe beneficiam não só os surfistas, mas todos que se preocupam com a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável das comunidades costeiras brasileiras.