A Associação Internacional de Boxe (IBA) não organiza mais o evento da modalidade em Olimpíadas depois de ter sido banida por falta de transparência e suspeita de tráfico. Nesta segunda-feira (5), a entidade fez uma coletiva de imprensa para explicar sobre a desclassificação de Imane Khelif e Lin Yu-ting, envolvidas na polêmica de gênero tanto do Mundial de Boxe no ano passado. Ambas atletas sofreram transfobia desde o surgimento do assunto, mesmo as duas não sendo transgênero.
Imane Khelif chorando copiosamente após classificar para as semifinais
O que a internet fez essa semana com essa menina foi uma das maiores sacanagens que eu já vi no esporte
— MuitoHumilde 🥇🇧🇷Modo Olímpico🇧🇷🥇 (@muitohumildee) August 3, 2024
Sem nenhuma prova apresentada, a IBA relatou que ambas lutadoras “apresentaram altos níveis de testosterona nos exames de sangue”. Imane e Yu-ting estão competindo em Paris pois o COI utiliza regras diferentes. As boxeadoras são mulheres desde que nasceram, portanto, o caso não se trata de atletas transgênero.
“O boxe feminino está sendo morto e eu não quero que isso aconteça. O esporte feminino está sendo destruído. Não podemos permitir isso”, disse Umar Kremlev, presidente do IBA.
A entidade explicou que médicos e especialistas mostraram preocupações com o rendimento das atletas e por isso fizeram “testes de gênero” nas duas. Primeiramente, o resultado foi inconclusivo. Depois, os cromossomos atestados nos exames não seriam de uma “mulher”.
Sem nenhuma conclusão ou embasamento científico, o médico Ioannis Filippatos respondeu: “Ela não é mulher. Não podemos dizer tudo porque é sigilo médico. Não posso dizer a você se ela nasceu mulher. Eu não estava no hospital quando ela nasceu. Eu tento dizer que o exame de sangue, nos laboratórios”.
