Rogério Micale cravou seu nome na história do futebol brasileiro após conquistar a inédita medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016. Porém, a sequência de trabalhos do treinador não foi tão positiva como esperava. Atualmente, o profissional é o técnico da equipe sub-20 do Cruzeiro.
O treinador decidiu analisar o momento da Raposa e criticou a demissão de Rogério Ceni no ano passado. Para ele, o grupo de jogadores precisava modificar a postura para aceitar as mudanças de filosofia imposta pelo ex-jogador do São Paulo.
“Eu não gosto como aconteceu com o Cruzeiro ano passado, vou tocar numa ferida, mas é verdade. Uma mudança de metodologia, aí você pega um elenco muitas vezes que já está acostumado a determinadas situações, e ele não quer uma mudança, ele quer manter aquilo que ele sempre fez, e aí quando vem um choque de uma nova realidade, eu estou falando do Rogério Ceni, o cara não quer aquela mudança, ele quer viver aquilo que sempre viveu”, opinou Micale em entrevista à Rádio 98 FM.
Micale ainda afirmou que os jogadores brasileiros estão acostumados com uma maneira de trabalhar e que quando se mudam para o exterior sofrem “esse choque de gestão”. Para ele, no Brasil, existe muito amparo aos atletas.
“Isso é um estereótipo daquilo que um jogador brasileiro vai para o exterior, ele tem esse choque de gestão e ele não quer essa mudança. Ele quer ser tratado como ele é tratado no próprio Brasil e aí como ele lá está sozinho, ele não tem um entorno para fortalecer as atitudes dele, ele volta, não dá certo. Aqui no Brasil não, a gente acha muito amparo em nossa volta e aí é muito mais fácil você trocar aquele que comanda e quer a mudança, que como diz o ditado toda mudança gera desconforto”, analisou.
Antes de assumir o comando do time sub-20 do Cruzeiro nesta temporada, Micale revelou que recebeu um convite do São Paulo para trabalhar nas categorias de base do Tricolor. No entanto, a proximidade de sua casa com a Toca da Raposa II e o desafio fizeram com que o treinador fosse para Minas Gerais.
“Inclusive eu tive no São Paulo, minha primeira opção era fechar com o São Paulo, tive lá numa quinta-feira no SP, conversei, sai praticamente acertado de lá, e na sexta-feira fui almoçar com o Ricardo (Drubscky, diretor de futebol) na Toca, e visualizei o desafio do Cruzeiro, eu gosto muito disso, moro a 2 km da Toca, e o Ricardo é um cara que eu gosto muito, acredito muito, e com perspectiva de futuro também, algo dentro do clube e topei, topei”, finalizou.
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